sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Caminhos

Caminhos
Caminho as trilhas da perplexidade, pois a muito me habituei ao espanto.
Se testemunho humanos em desencanto com o mundo, mais me aprofundo nas entranhas do cosmo.
Percebo em meu caminho que mesmo os descaminhos nos conduzem ao oceano.
Admito o que afirmava o filósofo: que a razão que esclarece é a mesma que alucina, andamos, pois, no fio da navalha. Por isso é necessário examinar o que asseverava o poeta: da necessidade de controlarmos nossa maluquez misturada com nossa lucidez, para trilharmos o caminho do meio.
Múltiplas são as vias que nos conduzem à duvida, impulsionadora dos mistérios do mundo, porque as certezas empanam a visão.
A certeza da incerteza me fez optar pela trilha, a fim de evitar o óbvio.
Se sigo o caminho das pedras é por achá-lo mais digno que o asfalto. Alimento-me do paradoxal, porque a ordem linear me asfixia, por entender o mundo dentro da perspectiva de uma aspiral ascendente.
A contradição é minha rosa dos ventos. Vivo a metamorfose ambulante do poeta.
Pois, Raul Seixas está para Heráclito, como a certeza está para a inércia. Porque a verdade absoluta é pretensão dos insanos.
Se a raiz do mundo material é o átomo. A anti-matéria é o prenuncio da imaterialidade de um mundo paralelo ao nosso.
Meu coração entrelaçado ao cérebro é como o buraco negro a processar o mundo em uma dimensão inacessível aos limitados sentidos humanos.
E vou como um pássaro a singrar as células do meu corpo na aventura da vida, revelando o irrevelável nas experiências diurnas e noturnas da existência humana.
Se sou filho do chão, que nutre minhas raízes. Se sou telúrico, terreno, estou, todavia destinado ao infinito, ao cosmo...
O anseio de liberdade há de me libertar das amarras da ignorância que estabelece limites bem definidos, podando minhas asas, anseio vôos mais altos. Nós, seres humanos, somos vocaçionados a transcendência e a superação, então mãos a obra, e edifiquemos a nós mesmos hoje e sempre.
Autor: Prof. Manoel, E.E.J.B.L.Bartolomei

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