sábado, 24 de novembro de 2007

Tomás de Aquino

Santo Tomás de Aquino, OP, (Roccasecca, 1225Fossanova, 7 de Março 1274) foi um frade dominicano e teólogo italiano. Foi o mais distinto expoente da Escolástica. Foi proclamado santo pela Igreja Católica e cognominado de Doctor Communis ou Doctor Angelicus
Índice[esconder]
1 Vida
2 Filosofia
3 Filosofia
4 Ética
5 Bibliografia
6 Ligações externas

Vida
Tomás de Aquino que foi chamado o mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios. Nasceu em família nobre em março de 1225 no castelo de Roca-Sica, perto da cidade de Aquino, no reino de Nápoles, na Itália. Com apenas cinco anos seu pai, conde de Landulfo d’Aquino, o internou no mosteiro de Monte Cassino onde recebeu a educação, a sua família esperava que viesse a ser monge beneditino e tinha a esperança de um dia vir a ser o abade daquele mosteiro.
Aos 19 anos fugiu de casa para, contra o desejo dos pais, se juntar aos dominicanos mendicantes, entrando na Ordem fundada por São Domingos de Gusmão. Estudou filosofia em Nápoles e depois em Paris, onde se dedicou ao ensino e ao estudo de questões filosóficas e teológicas. Estudou teologia em Colônia e em Paris se tornou discípulo de Santo Alberto Magno que o "descobriu" e se impressionou com a sua inteligência. Por este tempo foi apelidado de "boi mudo". Dele disse Santo Alberto Magno: "Quando este boi mugir, o mundo inteiro ouvirá o seu mugido."
Foi mestre na Universidade de Paris no reinado de Luís IX da França e seus interesses não se restringiam a religião e filosofia, tendo também dado atenção ao estudo de alquimia, publicando uma importante obra alquímica - "Aurora Consurgens". Morreu, com 49 anos, na Abadia de Fossanova, quando se dirigia para Lião a fim de participar do Concílio de Lião, a pedido do Papa.

Filosofia
Seu maior mérito foi a síntese do cristianismo com a visão aristotélica do mundo, introduzindo o aristotelismo, sendo redescoberto na Idade Média, na escolástica anterior, compaginou um e outro, de forma a obter uma sólida base filosófica para a teologia e retificando o materialismo de Aristóteles. Em suas duas "Summa", sistematizou o conhecimento teológico e filosófico de sua época : são elas a "Summa Theologiae", a "Summa Contra Gentiles".
A partir dele, a Igreja tem uma teologia (fundada na revelação) e uma filosofia (baseada no exercício da razão humana) que se fundem numa síntese definitiva: e razão, unidas em sua orientação comum rumo a Deus. Sustentou que a filosofia não pode ser substituída pela teologia e que ambas não se opõem. Afirmou que não pode haver contradição entre fé e razão.
Explica que toda a criação é boa, tudo o que existe é bom, por participar do ser de Deus, o mal é a ausência de uma perfeição devida e a essência do mal é a privação ou ausência do bem.
Além da sua Teologia e da Filosofia, desenvolveu também uma Teoria do Conhecimento e uma Antropologia, deixou também escrito conselhos políticos: Do governo do Príncipe, ao rei de Chipre, que se contrapõe, do ponto de vista da ética, ao "Príncipe" de Maquiavel.

Filosofia
Com o uso da razão é possível demonstrar a existência de Deus, para isto propõe as 5 vias de demonstração:
1a. via - Primeiro Motor Imóvel
Tudo o que se move é movido por alguém, é impossível uma cadeia infinita de motores provocando o movimento dos movidos, pois do contrário nunca se chegaria ao movimento presente, logo há que ter um primeiro motor que deu início ao movimento existente e que por ninguém foi movido.
2a. via - Causa Primeira
Decorre da relação "causa-e-efeito" que se observa nas coisas criadas. É necessário que haja uma causa primeira que por ninguém tenha sido causada, pois a todo efeito é atribuída uma causa, do contrário não haveria nenhum efeito pois cada causa pediria uma outra numa sequência infinita.
3a. via - Ser Necessário
Existem seres que podem ser ou não ser (contingentes), mas nem todos os seres podem ser desnecessários se não o mundo não existiria, logo é preciso que haja um ser que fundamente a existência dos seres contingentes e que não tenha a sua existência fundada em nenhum outro ser.
4a. via - Ser Perfeito
Verifica-se que há graus de perfeição nos seres, uns são mais perfeitos que outros, qualquer graduação pressupõe uma parâmetro máximo, logo deve existir um ser que tenha este padrão máximo de perfeição e que é a Causa da Perfeição dos demais seres.
5a. via - Inteligência Ordenadora
Existe uma ordem no universo que é facilmente verificada, ora toda ordem é fruto de uma inteligência, não se chega à ordem pelo acaso e nem pelo caos, logo há um ser inteligente que dispôs o universo na forma ordenada.

Ética
Segundo Santo Tomás de Aquino a ética consiste num agir de acordo com a natureza racional. Todo homem é dotado de livre-arbítrio orientado pela consciência e tem uma capacidade inata de captar, intuitivamente, os ditames da ordem moral. O primeiro postulado da ordem moral é: faz o bem e evita o mal.
Há uma Lei Divina revelada por Deus aos homens e que consiste nos Dez Mandamentos.
Há uma Lei Eterna que é o plano racional de Deus que ordena todo o universo e uma Lei Natural que é conceituada como a participação da Lei Eterna na criatura racional ou seja aquilo que o homem é levado a fazer pela sua natureza racional.
A Lei Positiva é a lei feita pelo homem de modo a possibilitar uma vida em sociedade. Esta se subordina à Lei Natural, não pode contrariá-la sob pena de se tornar em lei injusta; não há a obrigação de obedecer a lei injusta - (Este é o fundamento objetivo e racional da verdadeira objeção de consciência).
A Justiça consiste na disposição constante da vontade em dar a cada um o que é seu - suum cuique tribuere - e se classifica em Comutativa, Distributiva e Legal, conforme se faça entre iguais, do soberano para os súditos e destes para com aquele, respectivamente.

domingo, 18 de novembro de 2007

Santo Agostinho

Vida
Agostinho cresceu no norte da África colonizado por Roma, educado em Cartago. Foi professor de retórica em Milão em 383. Seguiu o Maniqueísmo nos seus dias de estudante e se converteu ao cristianismo pela pregação de Ambrósio de Milão. Foi batizado na Páscoa de 387 e retornou ao norte da África, estabelecendo em Tagaste uma fundação monástica junto com alguns amigos. Em 391 foi ordenado sacerdote em Hipona. Tornou-se um pregador famoso (há mais de 350 sermões dele preservados, e crê-se que são autênticos) e notado pelo seu combate à heresia do Maniqueísmo. Defendeu também o uso de força contra os Donatistas, perguntando "Por que (...) a Igreja não deveria usar de força para compelir seus filhos perdidos a retornar, se os filhos perdidos compelem outros à sua própria destruição?" (A Correção dos Donatistas, 22-24)
Em 396 foi nomeado bispo assistente de Hipona (com o direito de sucessão em caso de morte do bispo corrente), e permaneceu como bispo de Hipona até sua morte em 430. Deixou seu mosteiro, mas manteve vida monástica em sua residência episcopal. Deixou a Regula para seu mosteiro que o levou a ser designado o "santo Patrono do Clero Regular", que é uma paróquia de clérigos que vivem sob uma regra monástica.
Agostinho morreu em 430, durante o cerco de Hipona pelos Vândalos. Diz-se que ele encorajou seus cidadãos a resistirem aos ataques, principalmente porque os Vândalos haviam aderido ao arianismo, que Agostinho considerava uma heresia.

[editar] Agostinho e os Judeus
Agostinho escreveu no Livro 18, Capítulo 46, da Cidade de Deus, "Os Judeus que O assassinaram, e não criam ele, porque coube a Ele morrer e viver novamente, foram ainda mais miseravelmente assolados pelos romanos, e completamente expulsos de seu reino, onde estrangeiros já tinham dominado sobre eles, e foram dispersos pelas terras (tanto que não há lugar onde eles não estejam), e são assim, por suas próprias Escrituras, um testemunho para nós de que não forjamos as profecias a respeito de Cristo." 1. Escreveu também uma das principais obras que apóia a crença na Trindade.
Agostinho considerou a dispersão importante porque ele acreditava que isto era um cumprimento de certas profecias, provando assim que Jesus era o Messias. Isto se deve ao fato de Agostinho crer que os judeus que foram dispersados eram inimigos da Igreja Cristã. Ele também cita parte da mesma profecia que diz "Não os mates, para que meu povo não se esqueça; espalha-os pelo teu poder". Algumas pessoas usaram as palavras de Agostinho para atacar os judeus, enquanto outros as usaram para atacar cristãos. Veja cristianismo e anti-semitismo.

[editar] Influência como teólogo e pensador

Santo Agostinho de Hipona
Na história do pensamento ocidental, sendo muito influenciado pelo platonismo e neoplatonismo, particularmente por Plotino, Agostinho foi importante para o batismo do pensamento grego e sua entrada na tradição cristã, e posteriormente na tradição intelectual européia. Também importantes foram seus adiantados escritos influenciadores sobre a vontade humana, um tópico central na ética, e que se tornaram um foco para filósofos posteriores, como Schopenhauer e Nietzsche, mas ainda encontrando eco na obra de Camus e Hannah Arendt (ambos os filósofos escreveram teses sobre Agostinho).
É largamente devido à influência de Agostinho que o cristianismo ocidental concorda com a doutrina do pecado original, e a Igreja Católica sustenta que batismo e ordenações feitos fora dela podem ser válidos (a Igreja Católica Romana reconhece ordenações feitas na Igreja Ortodoxa Oriental e Ocidental, mas não nas igrejas protestantes, e reconhece batismos de quase todas as igrejas cristãs). Os teólogos católicos geralmente concordam com a crença de Agostinho de que Deus existe fora do tempo e no "presente eterno"; o tempo só existe dentro do universo criado.
O pensamento de Agostinho foi também basilar em orientar a visão do homem medieval sobre a relação entre a fé cristã e o estudo da natureza. Ele reconhecia a importância do conhecimento, mas entendia que a fé em Cristo vinha a restaurar a condição decaída da razão humana, sendo portanto mais importante. Agostinho afirmava que a interpretação das escrituras deveria ser feita de acordo com os conhecimentos disponíveis, em cada época, sobre o mundo natural. Escritos como sua interpretação do livro bíblico do gênesis como o que chamaríamos hoje de um "texto alegórico", vão influenciar fortemente a Igreja medieval, que terá uma visão mais interpretativa e menos literal dos textos sagrados.
Tomás de Aquino tomou muito de Agostinho para criar sua própria síntese do pensamento grego e cristão. Dois teólogos posteriores que admitiram influência especial de Agostinho foram João Calvino e Cornelius Jansen. O Calvinismo se desenvolveu como parte da teologia da Reforma, enquanto que o Jansenismo foi um movimento dentro da Igreja Católica; alguns jansenistas entraram em divisão e formaram sua própria igreja.
Agostinho foi canonizado por reconhecimento popular e reconhecido como um doutor da Igreja. Seu dia é 28 de agosto, o dia no qual ele supostamente morreu. Ele é considerado o santo padroeiro dos cervejeiros, impressores, teólogos, e de um grande número de cidades e dioceses.

[editar] Escritos
Da Doutrina Cristã, 397-426
Confissões, 397-398
A Cidade de Deus, iniciado c. de 413, terminado 426.
Da Trindade, 400-416
Enquirídio
Retratações
De Magistro
Conhecendo a si mesmo

[editar] Cartas
Da Catequese dos não instruídos
Da Fé e do Credo
Fé concernente às coisas que não se vêem
Do benefício da crença
Do Credo: Um sermão para catecúmenos
Da continência
Da bondade do casamento
Da Santa Virgindade
Da bondade da viuvez
Da mentira
Para Consêncio: Contra a mentira
Do trabalho dos monges
Da paciência
Do cuidado de ser tido pelos mortos
Da Moral da Igreja Católica
Da Moral dos Maniqueístas
Das duas almas, contra os Maniqueístas
Atos ou disputa contra Fortunato, o Maniqueísta
Contra a Epístola de Maniqueu chamada Fundamental
Resposta a Fausto o Maniqueísta
Concernente à Natureza de Deus, contra os Maniqueístas
Do Batismo, contra os Donatistas
Resposta às cartas de Petiliano, bispo de Cirta
A correção dos Donatistas
Méritos e remissão do pecado e batismo de crianças
Do Espírito e da carta
Da Natureza e Graça
Da perfeição e retidão do homem
Dos procedimentos de Pelágio
Da graça de Cristo, e do pecado original
Do casamento e concupiscência
Da alma e sua origem
Contra duas cartas dos Pelagianos
Da graça e livre arbítrio
Da repreensão e graça
A predestinação dos santos/Dom de perseverança
O Sermão do Monte de Nosso Senhor
A harmonia dos Evangelhos
Sermões sobre lições selecionadas do Novo Testamento
Tratados sobre o Evangelho de João
Sermões sobre a Primeira Epístola de João
Solilóquios
As enarrações, ou exposições, dos Salmos
Agostinho foi um autor prolífico em muitos gêneros -- tratados teológicos, sermões, comentários da escritura, e autobiografia. Suas Confissões são geralmente consideradas como a primeira autobiografia; Agostinho descreve sua vida desde sua concepção até sua então (com cerca de cinqüenta anos) relação com Deus, e termina com um longo excurso sobre o livro de Gênesis, no qual ele demonstra como interpretar a escritura. A consciência psicológica e auto-revelação da obra ainda impressionam leitores.
No fim de sua vida (426-428?) Agostinho revisitou seus trabalhos anteriores em ordem cronológica e sugeriu que teria falado de forma diferente numa obra intitulada Retrações, que nos daria uma imagem considerável do desenvolvimento de um escritor e seus pensamentos finais, além de se arrepender de ter utilizado demais de filósofos pagãos. assim disse o louco izair

[editar] Ver também

O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Agostinho de Hipona.
Lista de todos os santos
Predestinação
Livre arbítrio
Augustinologia