sábado, 29 de setembro de 2007

Jerusalém: O olho do furacão

Jerusalém: o olho do furacão
Jerusalém está no olho do furacão do conflito do Oriente Médio. Israelenses e palestinos a reivindicam como capital de seus respectivos países. Mas, enquanto a Autoridade Nacional Palestina, liderada por Iasser Arafat, aceita compartilhar a cidade com Israel, a direita israelense no poder, comandada por Ariel Sharon, não admite nenhuma forma de compromisso e declara Jerusalém a "capital indivisível" do Estado judaico. Procurando uma saída para o impasse, parte da liderança política e religiosa do mundo (inclusive o papa) propõe a internacionalização da cidade, conforme previa a resolução da ONU de 1947 (leia "A cronologia do conflito"). A proposição ganha legitimidade quando se leva em conta que, para além da conjuntura política imediata, Jerusalém fala ao coração de bilhões de pessoas em todo o mundo, pois é sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos.
Seus status religioso antecede a própria formação do judaísmo, uma vez que o Monte Moriá, situado no que é hoje a parte velha da cidade, já era um local de culto e sacrifícios pagãos antes mesmo que o patriarca Abraão (considerado o ancestral comum das tradições judaica, cristã e islâmica) migrasse de sua Mesopotâmia natal para a Palestina - episódio datado de maneira distinta por diferentes historiadores, mas provavelmente ocorrido entre 2300 e 1330 a.C.
Importante para os judeus - Foi ao Monte Moriá que se dirigiu Abraão, quando, segundo o relato bíblico, Deus lhe pediu que sacrificasse seu filho, Isaac. A suposta demanda divina, depois revogada por um anjo, foi interpretada pelos rabinos judeus como um teste à fidelidade do patriarca. E a prontidão com que Abraão se dispôs a atendê-la é até hoje exaltada pelos muçulmanos como a suprema expressão do islã - a submissão do homem à vontade de Deus. Pouco depois do ano 1000 a.C., quando já estava consolidada a realeza de Israel, foi exatamente nesse local, o Monte Moriá, no coração de Jerusalém, que o rei Salomão edificou o primeiro templo judaico.
Significativa para os cristãos - Destruído por Nabucodonosor, rei da Babilônia, que conquistou a cidade em 586 a.C., o Templo foi reconstruído séculos mais tarde, durante o governo de Herodes, o Grande - um judeu estrangeiro, aliado de Roma, proclamado rei da Judéia pelo senado romano no ano 40 a.C.. Nesse segundo edifício, cuja magnificência empalidecia a do primeiro, Jesus viveu alguns dos momentos mais intensos de sua vida, inclusive o célebre episódio em que expulsou os comerciantes e cambistas que infestavam o Templo, confrontando-se com o poder econômico e político da época. Trinta anos depois da morte de Jesus, a Palestina explodiu em levantes generalizados contra o domínio romano. A repressão a esse movimento insurrecional culminou, em 70 d.C., com a destruição de Jerusalém pelas legiões comandadas por Tito, futuro imperador de Roma. Do Templo, só restou uma parte da muralha exterior, o chamado Muro das Lamentações.
Relevante para os muçulmanos - Lugar de revelação Para os muçulmanos, que conquistaram a Palestina no ano 638 d.C, o Monte Moriá evoca, além da memória de Abraão, Salomão e Jesus, outro evento capital de sua tradição: a célebre "viagem noturna" do profeta Muhammad (Maomé). Diz a narrativa que o arcanjo Gabriel conduziu o profeta de Meca, na Arábia, até o topo do Monte Moriá, em Jerusalém, e, de lá, ao céu, onde Muhammad teve acesso aos mistérios divinos.
Nesse local, o mesmo onde ficava o Santo dos Santos, a área mais sagrada do templo judaico, os muçulmanos ergueram o Domo do Rochedo, considerado, depois das mesquitas de Meca e Medina, o principal edifício do Islã. Durante o conturbado período das Cruzadas, com o objetivo de guardar esse lugar privilegiado, nobres cristãos esotéricos criaram, no século 12, a ordem dos cavaleiros templários. Instalando seus alojamentos e cavalariças na mesquita de Al Aqsa, a algumas dezenas de metros de distância, os templários realizavam seus rituais secretos no interior do Domo do Rochedo, cuja cúpula dourada ainda domina a fascinante paisagem de Jerusalém.
(Maio de 2002)
José Tadeu Arantes(Jornalista e colaborador em várias revistas de divulgação científica)

O conflito Israelense-palestino

O conflito israelense-palestino
O Oriente Médio parece afundar num atoleiro sem saída: de um lado, o governo israelense, conduzido pelo primeiro-ministro direitista (do partido Likud) Ariel Sharon, se opõe a qualquer concessão política e trata a questão palestina como assunto militar; de outro, os militantes dos grupos radicais palestinos prosseguem a escalada de atentados suicidas contra alvos civis israelenses.
A crise hojeOs raros meses de tranqüilidade e esperança que se seguiram ao acordo de Oslo de 1993, com a devolução de cidades palestinas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, assemelham-se a uma distante miragem frente a um cotidiano em que os atentados sangrentos praticados pelos grupos radicais islâmicos são respondidos com ferocidade sem precedentes pelo Estado judaico. À política de "trocar terras pela paz", promovida pelos governantes israelenses de então, os trabalhistas Yitzhak Rabin e Shimon Peres, seguiu-se o "olho por olho" de Ariel Sharon.
A partir de março e avançando pelo mês de abril, o exército israelense promoveu uma operação militar de grande envergadura (denominada "Muro de Defesa"), ocupando e bombardeando várias cidades e povoados, pondo abaixo bairros inteiros, praticamente destruindo toda a infra-estrutura das áreas controladas pela Autoridade Nacional Palestina e matando centenas de civis.
Concessões: a única forma de atingir a pazAmparado pela política do presidente norte-americano George Bush, que reduz os complexos problemas do mundo à simplista luta do "bem" contra o "mal", Sharon impôs ao chefe da Autoridade Nacional Palestina, Yasser Arafat (confinandoo num pequeno espaço do complexo político-administrativo militar de Ramallah, a capital da Autoridade nacional Palestina). E mais: tem procurado desqualificá-lo como interlocutor, responsabilizando-o pelos atentados e desconsiderando suas propostas de paz.
Porém, o confinamento de Arafat fortalece sua imagem junto à população palestina e aos líderes europeus, enquanto Sharon escandaliza o mundo com a devastação provocada por sua operação "Muro de Defesa". Sob a tutela do truculento primeiro ministro, Israel vive hoje uma séria recessão econômica, agravada pela drástica redução do turismo por causa dos atentados, e depende cada vez mais do socorro financeiro norte-americano.
A eleição de Sharon foi o voto de confiança de parte da população israelense num governo de linha-dura como forma de conter a escalada de violência. As últimas pesquisas de opinião pública mostram que o primeiro ministro conta confortáveis 75% de aprovação. Mas a aposta em que ele traria segurança vem sendo perdida a cada dia. A violência praticada contra o povo palestino tem a força de um bumerangue, que acaba se voltando contra a própria população israelense. O recente manifesto de oficiais da reserva a favor da paz, assinado inclusive pelo ex-primeiro ministro Ehud Barak, é um sinal de que uma parte importante da sociedade israelense está cansada dessa política insana e busca uma saída construtiva para a crise.
A pauta de reivindicações palestinas inclui itens considerados inaceitáveis pelos segmentos mais intransigentes de Israel: o controle sobre Jerusalém Oriental, onde os palestinos esperam instalar a capital de seu futuro Estado nacional; a volta ao lar de 3,5 milhões de refugiados; e a desativação das colônias judaicas implantadas nos territórios ocupados após a Guerra dos Seis Dias (220 mil colonos judeus vivem hoje na Cisjordânia e na Faixa de Gaza e, segundo o movimento pacifista israelense Paz Agora, 34 novos assentamentos foram construídos durante o governo de Sharon). Mas a própria trajetória política da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), que evoluiu das ameaças retóricas de "lançar os judeus ao mar" à aceitação do Estado de Israel, mostra que o caminho das concessões é a única forma de estancar uma espiral de ódio e ressentimento, que envenena israelenses e palestinos e se propaga de geração a geração.
Cronologia do Conflito
70 d.C.
Revolta judaica contra o domínio romano; Tito, futuro imperador de Roma, destrói o Templo de Jerusalém.
133 d.C.
Novo levante contra Roma; os romanos arrasam Jerusalém e expulsam a população judaica.
638 d.C.
Conquista da Palestina pelos árabes; na área onde se erguia o Templo, os muçulmanos edificam o Domo do Rochedo; a região permanece sob domínio islâmico até o século 20, exceto de 1099 a 1187, quando Jerusalém foi governada pelos Cruzados.
1897
Inspirado pelas idéias do jornalista austríaco Theodor Herzl, realiza-se na Suíça o Primeiro Congresso Sionista, que propõe o retorno do povo judeu à Palestina; fugindo do anti-semitismo europeu, dezenas de milhares de judeus emigram para a região, então uma província do Império Otomano (turco).
1914-1918
Durante a Primeira Guerra Mundial, a Inglaterra apoia a revolta árabe contra o domínio turco e promete independência às antigas províncias otomanas. Ao mesmo tempo, faz um acordo secreto com a França para a partilha daqueles territórios e envia uma declaração ao magnata judeu Rothschild, comprometendo-se com o estabelecimento de uma pátria judaica na Palestina.
1918-1939
Com a derrota otomana, a Inglaterra assume o controle da Palestina; centenas de milhares de judeus emigram para a região, provocando intensa revolta entre a população árabe. Para acelerar a criação de um Estado judeu, a organização sionista radical Irgun realiza atos terroristas contra alvos britânicos e árabes.
1939-1945
Segunda Guerra Mundial: fugindo da perseguição nazista na Europa, novas levas de judeus chegam à Palestina.
1947
A ONU propõe a divisão do território em dois países - 56,47% para os judeus, 43,53% para os árabes -, ficando Jerusalém sob controle internacional; os representantes judeus aceitam, os palestinos rejeitam.
1948
O Irgun pratica atos terroristas, provocando o êxodo de centenas de milhares de palestinos. Enquanto as tropas britânicas se retiram da região, é proclamada, em 14 de maio, a criação do Estado de Israel. No dia seguinte, exércitos da Jordânia, Egito, Líbano, Síria e Iraque invadem o país, mas são rechaçados pelos israelenses. O cessar-fogo amplia o território de Israel em 75%. O Egito fica com a Faixa de Gaza; à Jordânia coube a Cisjordânia e a parte oriental de Jerusalém.
1964
Criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
1967
Guerra dos Seis Dias, na qual Israel bate os exércitos árabes e ocupa a Faixa de Gaza, a Península do Sinai (Egito), as Colinas de Golã (Síria), a Cisjordânia e Jerusalém oriental, duplicando seu território. Em conseqüência dessas conquistas; mais de 500 mil palestinos são deslocados de suas terras, tendo que se refugiar no Líbano, Jordânia, Síria e Egito.
1969
Yasser Arafat, líder da organização guerrilheira Fatah, assume o comando da OLP.
1973
Guerra do Yom Kippur, na qual, após três semanas de combates, Israel rechaça o ataque conjunto do Egito e da Síria. Cerca de 8.500 árabes e 6.000 judeus morrem no conflito.
1977
Menachem Begin, antigo líder do Irgun e representante da direita israelense, é eleito primeiro-ministro de Israel e dá inicio à implantação de colônias judaicas na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Ariel Sharon, então ministro da Agricultura, dirige o comitê ministerial encarregado da colonização.
1977-1979
Anuar Sadat, presidente do Egito, reconhece Israel; os dois países assinam um tratado de Paz e Israel devolve o Sinai ao Egito.
1982
Israel invade o Líbano e expulsa os militantes da OLP sediados no país. Sob o comando de Ariel Sharon, então ministro da Defesa, as tropas israelenses permitem que a Falange Cristã libanesa entre nos campos de refugiados palestinos de Sabra e Shatila (que estavam cercados pelos israelenses) e realize o massacre de centenas de civis.
1983
Ariel Sharon renuncia ao cargo, após um inquérito israelense concluir que ele falhou em impedir o massacre.
1987
Primeira Intifada ou levante popular palestino contra a ocupação israelense. Nesse levante, mais de 1.000 palestinos morreram nos combates de rua, que se prolongaram até 1993.
1988
O Conselho Nacional Palestino, reunido no exílio, aceita a resolução da ONU de 1947, que prevê a divisão do território em dois Estados, renuncia ao terrorismo e propõe uma solução negociada para a crise.
1993
Processo de Paz de Oslo, no qual o governo israelense, agora comandado pelos trabalhistas Yitzhak Rabin e Shimon Peres, chega a um entendimento sem precedentes com a liderança palestina, que concorda em reconhecer o Estado de Israel em troca da retirada progressiva dos territórios ocupados.
1994
Arafat, que se encontrava exilado, volta ao território palestino; criação da Autoridade Nacional Palestina, como germe de um futuro Estado. Porém, o processo de paz já se encontra minado pela violência: um jovem colono judeu ultra-religioso abre fogo contra muçulmanos na mesquita de Hebron, matando 29 pessoas; na reação palestina que se segue, dezenas de judeus são mortos em atentados a bomba.
1995
O primeiro-ministro Yitzhak Rabin é assassinado por um judeu ultra-religioso.
1996-1999
Uma série de atentados suicidas cometidos por militantes islâmicos do Hamas e a retaliação israelense acabam enterrando o processo de paz. Shimon Peres perde as eleições para o direitista Binyamin Netanyahu, que reinicia a colonização judaica dos territórios palestinos.
1999
O trabalhista Ehud Barak se elege primeiro-ministro de Israel com a promessa de encerrar o conflito em um ano, mas as negociações entre palestinos e israelenses, patrocinadas pelos Estados Unidos, mais uma vez fracassaram.
2000
Num contexto de crescente frustração em relação ao processo de paz, Ariel Sharon volta à cena, entrando com um séquito de guarda-costas na Esplanada das Mesquitas, uma das áreas mais sagradas do Islã, onde se erguem o Domo do Rochedo e a mesquita de al-Aqsa. O gesto enfurece a população palestina, dando início à Segunda Intifada. Incapaz de controlar a onda de violência e impedir a desagregação da base governista, Barak renuncia, convocando eleições na expectativa de obter um novo mandato.
2001
Ariel Sharon vence as eleições.
2002
Num contexto de acirramento da violência e contando com a aprovação do governo americano de George Bush, Sharon desencadeia a ação militar "Muro de Defesa".
(Abril de 2002)
José Tadeu Arantes(Jornalista e colaborador em várias revistas de divulgação científica)

Sites para pesquisa sobre o aquecimento global

Fontes:
Sobre a matéria de Veja:http://www.escolavesper.com.br/o_planeta_pede_socorro_agosto_2002.htm
Sobre a primeira pesquisa do aumento da camada de gelo na Antártica:http://www.mindfully.org/Air/Media-Goofed-Global-Warming4feb02.htm
Sobre a pesquisa atual do aumento da camada de gelo na Antártica:http://www.sciencedaily.com/releases/2002/01/020130074839.htmhttp://www.nytimes.com/2005/05/20/science/20ICE.html?ex=1117339200&en=151cbb8bf6493a48&ei=5070http://www.nature.com/news/2005/050516/full/050516-10.htmlhttp://www.nature.com/news/2005/050516/multimedia/050516-10-m1.htmlhttp://www.physorg.com/news4180.htmlhttp://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/4565935.stmhttp://www.newscientist.com/article.ns?id=dn1806
Sobre a pesquisa do recuo das geleiras na Antártica:http://news.bbc.co.uk/2/hi/science/nature/4471135.stmhttp://www.physorg.com/news3830.htmlhttp://www.antarctica.ac.uk/News_and_Information/Press_Releases/story.php?id=163http://www.jyi.org/news/nb.php?id=177http://www.unexplained-mysteries.com/viewnews.php?id=39006
Sobre o efeito estufa e o aquecimento global:http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2003/ee/Aquecimentol1.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Aquecimento_globalhttp://ptsoft.net/vastro/referencia/estufa/aquecimento/aquecimento.htmlhttp://www.european-climate-forum.net/pdf/Spanish_summary.pdfhttp://yosemite.epa.gov/oar/globalwarming.nsf/content/climate.htmlhttp://science.howstuffworks.com/global-warming3.htmhttp://newsvote.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/3928017.stmhttp://www.manicore.com/anglais/documentation_a/greenhouse/physique_graph2.gifhttp://www.germany-info.org/relaunch/info/publications/infocus/environment/pictures/greenhouse-effect.gifhttp://www.defra.gov.uk/environment/climatechange/schools/images/figures/fig1sm.gifhttp://www.grida.no/climate/ipcc_tar/wg1/fig2-20.htmhttp://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/4349133.stmhttp://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/4495463.stm
Sobre dúvidas a respeito do efeito estufa e de suas conseqüências:http://people.freenet.de/klima/indexe.htmhttp://www.geocities.com/atmosco2/atmos.htmhttp://www.marshall.org/subcategory.php?id=9http://www.cdfe.org/global_warming_religion.htmhttp://www.newscientist.com/article.ns?id=mg18524861.500
Sobre o ciclo do carbono:http://users.rcn.com/jkimball.ma.ultranet/BiologyPages/C/CarbonCycle.htmlhttp://www.visionlearning.com/library/module_viewer.php?c3=1&mid=95&ut=&l=shttp://bcpg.geoscienceworld.org/cgi/content/abstract/50/2/297http://www.giss.nasa.gov/research/features/altscenario/
Sobre o Protocolo de Quioto:http://www.mct.gov.br/clima/quioto/protocol.htm
Sobre os créditos de carbono: http://agenciact.mct.gov.br/index.php?action=/content/view&cod_objeto=27599
(Sites acessados pelo Ática Educacional em agosto de 2005.)

Softwares educacional

http://www.aticaeducacional.com.br/htdocs/softwares.aspx

Sites interessantes

A Internet é um canal valioso quando o objetivo é a busca da informação. Por isso, selecionamos abaixo alguns sites que poderão ajudá-lo em pesquisas e trabalhos escolares, complementando o conteúdo aprendido em sala de aula ou reforçando os tópicos que você aprendeu com seu professor. Clique nos links para conhecer cada um deles.
ARTE Galleria Degli Uffizi, Firenze: http://www.uffizi.firenze.it MAC - Museu de Arte Contemporânea da USP: http://www.mac.usp.br MASP - Museu de Arte de São Paulo: http://www.masp.art.br Museu de Arte Moderna de Nova Iorque: http://www.moma.org Museu de História Natural do Reino Unido: http://www.nhm.ac.uk Museu do Louvre, Paris: http://www.louvre.fr Museu d'Orsay: http://www.musee-orsay.fr Museu do Prado: http://museoprado.mcu.es Pinacoteca do Estado de São Paulo: http://www.saopaulo.sp.gov.br/saopaulo/cultura/museus_pinac.htm Tarsila do Amaral: http://www.tarsiladoamaral.com.br
CIÊNCIA Ciência Hoje: http://www.ciencia.org.br Discovery Online: http://www.discovery.com SBCP - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência: http://www.sbpcnet.org.br Nasa - http://www.nasa.gov
EDUCAÇÃO EscolaNet: http://www.escolanet.com.br Estadão na Escola: http://www.estadao-escola.com.br Projeto Aprendiz: http://www.aprendiz.com.br Projeto Mutirão digital: http://www.mutiraodigital.com.br
LITERATURA A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro: http://www.bibvirt.futuro.usp.br Carlos Drummond de Andrade: http://www.carlosdrummond.com.br Fernando Pessoa - Obra Poética: http://www.insite.com.br/art/pessoa Jornal de Poesia: http://www.secrel.com.br/jpoesia/poesia.html
NOTÍCIAS Agência Estado: http://www.agestado.com.br O Globo On: http://www.oglobo.com.br Universo Online: http://www.uol.com.br
ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS Governo do Brasil: http://www.brasil.gov.br Ibama - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis: http://www.ibama.gov.br IBGE - Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: http://www.ibge.gov.br Ministério da Ciência e Tecnologia: http://www.mct.gov.br Ministério do Meio Ambiente: http://www.mma.gov.br
SITES PARA CRIANÇAS http://www.estadinho.com.br http://www.ajkids.com http://www.eduplace.com/kids http://www.esart.com http://www.infoplease.com http://www.kids-space.org http://www.mathleague.com
UNIVERSIDADES E INSTITUTOS DE PESQUISAS Fundação Getúlio Vargas: http://www.fgvsp.br Fundação Oswaldo Cruz: http://www.fiocruz.br Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais: http://www.inep.gov.br Universidade de São Paulo: http://www.usp.br

Aprenda matemática

Olimpíadas matemáticas
Geometria experimental e geometria dedutiva
Apresentação
Questionamentos
Apresentação
Participação
5ª série
6ª série
7ª série
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5ª série
6ª série
7ª série
8ª série
Associações e centros de educação matemática

Neste site você encontra material didático de todas as matérias

http://www.scipione.com.br/ap/assessoria.aspx#

A escola é nossa

http://www.aescolaenossa.com.br/

Origem e evolução da lingua portuguêsa

Para complementar o trabalho com a Série Parâmetros - Português, foram organizados vários materiais, teóricos e práticos, que podem ser desenvolvidos pelo professor em seu dia-a-dia em sala de aula, nos momentos em que julgar mais oportunos.
[ A formação de Portugal ]Um demorado processo de miscigenação e de constantes aculturações de celtas, iberos, fenícios, gregos, romanos, bárbaros, germânicos e árabes deu origem ao povo português.
[ Origem e evolução da Língua Portuguesa ] O domínio romano foi decisivo para a formação e a evolução da língua portuguesa, pois reduziu a uma as várias culturas existentes na Península Ibérica.
[ As redondilhas - ontem, hoje e sempre ]Clique aqui para saber um pouco mais sobre as redondilhas.
[ A produção de textos ]Não existem fórmulas mágicas que nos permitam produzir um bom texto. O exercício contínuo, aliado à pratica da leitura de bons autores, e a reflexão são indispensáveis para a criação de textos.
Nossa tarefa, neste momento, é a de apontar algumas qualidades que, em exames, devem ser observadas na produção de um texto, bem como alguns defeitos que devem ser evitados.
[ A produção de textos e os exames - tendências atuais ]Nos últimos anos, algumas instituições de ensino superior vêm promovendo significativas alterações em seus vestibulares, que procuram avaliar, mais que informações específicas, a capacidade de reflexão e a análise de seus futuros alunos. A leitura atenta do Manual do candidato dessas instituições revela a filosofia do vestibular e o perfil de aluno que elas desejam. Clique aqui para ler o texto "A produção de textos e os exames - tendências atuais".
[ Enem 2001 ]O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), promovido anualmente pelo Ministério da Educação com o objetivo de avaliar o ensino médio, tem sua nota aproveitada na composição dos pontos dos principais vestibulares do país.
[ Vestibulares ]Os vestibulares das principais instituições do país também avaliam o candidato por seu desempenho nas atividades com a produção de textos. Clique aqui para ter acesso às atividades de "A produção de texto nos exames". Para as respostas dessas atividades, clique aqui. E, para conhecer duas propostas de redação de vestibulares, clique aqui.
[ O e-mail ]
[ Sugestões de filmes para trabalho com os alunos ]O trabalho com filmes, tanto brasileiros quanto estrangeiros , e sua linguagem pode ser muito enriquecedor para as atividades de produção de textos.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Enfim uma saida inteligante para a reducão da emissão do metano ao meio ambiente

A venda de créditos de carbono viabiliza projetos de geração de energia elétrica a partir do biogás
O Programa de Incentivo a Fontes Alternativas (Proinfa), criado no ano passado para estimular o crescimento da geração de energia proveniente de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), eólica e biomassa (biogás, cana-de-açúcar) não é suficiente para garantir a viabilidade dos projetos.
Uma saída encontrada para driblar a falta de recursos para os projetos de geração de energia elétrica a partir do gás - produzido pela decomposição do lixo nos aterros sanitários - está sendo a venda de créditos de carbono.
Os créditos de carbono são um mecanismo estabelecido pelo Protocolo de Quioto para reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera. As agências reguladoras de proteção ambiental emitem certificados autorizando emissões de toneladas de dióxido de enxofre, monóxido de carbono e outros gases poluentes. Inicialmente, selecionam-se indústrias que mais poluem no País e a partir daí são estabelecidas metas para a redução de suas emissões. A empresas recebem bônus negociáveis na proporção de suas responsabilidades. Cada bônus, cotado em dólares, equivale a uma tonelada de poluentes. Quem não cumpre as metas de redução progressiva estabelecidas por lei, tem que comprar certificados das empresas mais bem sucedidas. O sistema tem a vantagem de permitir que cada empresa estabeleça seu próprio ritmo de adequação às leis ambientais.
O projeto de geração de energia usando o biogás mais adiantado é o da Sasa Sistemas Ambientais, dona do aterro de Tremembé, no interior paulista. E sua viabilidade está ligada à venda de créditos de carbono.
O metano, no processo de produção de energia elétrica, tem como subproduto o gás carbônico que é 23 vezes menos nocivo ao meio ambiente do que o metano. Assim, a Sasa garante as condições para a venda dos créditos ao governo holandês (atual comprador após a empresa ter vencido a licitação ano passado).
Segundo o diretor-geral da Sasa, Breno Palma, na primeira fase do projeto, orçada em US$ 550 mil, a usina terá uma potência instalada de 53 KW, o que garantirá a auto-suficiência da empresa em energia. Em uma segunda etapa, esta capacidade vai saltar para 3 MW, que serão vendidos ao mercado.
Além da venda de créditos de carbono e da geração de energia elétrica, o metano ainda pode ser usado como combustível para veículos e para o abastecimento de residências.
Por Centro de Pesquisa Energia InteligenteEm convênio com o CEFET/MGprsjota@dppg.cefetmg.br
Fonte: odebate.com.br

domingo, 23 de setembro de 2007

Deus: Reflexão

DeusReflexão sobre a divindade integra a filosofiaAntonio Carlos Olivieri*Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Reprodução
Deus, segundo Michelangelo, no teto da Capela SistinaSegundo Aristóteles (384-322 a.C.), a filosofia nasce de uma atitude de assombro do homem em relação às coisas do mundo, um estado de encanto e surpresa, que o leva a procurar explicações para elas. Desde que as explicações mitológicas (sobrenaturais) para a origem e o existir do mundo e das coisas deixaram de satisfazer aos primeiros pensadores, a filosofia se desenvolveu na Grécia antiga. Os filósofos buscavam outras explicações, de caráter natural, para o que viam ao seu redor.Nessa procura pelas explicações, no entanto, nunca deixaram de esbarrar no "sobrenatural", em algo que estava além do visível, quando não do pensável. Por conseguinte, Deus - seja lá o que se entenda por esta palavra - foi sempre uma das grandes questões filosóficas ao longo dos últimos 2,5 milênios.A reflexão sobre Deus é quase inerente à filosofia. Ao contrário da ciência, que, voltada para objetos específicos, pode dispensar interrogações sobre Deus, e concentrar-se no seu alvo, a filosofia é mais ambiciosa e procura respostas para questões que, num certo sentido, as ciências nem precisam se colocar, para verificar leis ou dimensões dos fenômenos naturais. (Não custa relembrar que o radical de fenômeno, em grego antigo, significa "aparência".)Quatro linhas de raciocínioPara a filosofia e para o ser humano, porém, Deus sempre foi um imenso ponto de interrogação. Quem ou o quê é Deus? Como se pode ou não provar sua existência? Foram essas as questões fundamentais que os filósofos, a partir dos pré-socráticos, se colocaram. Ao serem respondidas - ao longo de mais de dois milênios da história da filosofia -, quatro linhas de raciocínio foram estabelecidas. Elas se desenvolveram de acordo com:1) A relação de Deus com o mundo, considerando-se Deus como causa do mundo;2) A relação de Deus com a ordem moral, identificando-se Deus com o Bem;3) A relação de Deus consigo mesmo, pois, de acordo com as diversas concepções, ele pode ser um ou vários entes;4) A relação de Deus com os homens ou quais os acessos do homem a Deus.O primeiro motorExaminando a primeira relação, nota-se que ela foi entendida de três modos diferentes. O mais antigo deles, encontrado em Anaxágoras (c. 500-428 a.C.), foi também desenvolvido por Platão (428-347 a.C.) e Aristóteles. Platão concebe Deus como "artífice do mundo", porém com um poder limitado pelo modelo que ele imita: o mundo das idéias ou das realidades eternas.Já Aristóteles considera que Deus é o "primeiro motor" ao qual necessariamente se filiava a cadeia de todos os movimentos, pois tudo o que se move é movido por outra coisa. Não pode existir efeito sem causa.No entanto, para Aristóteles, além de causa primeira, Deus é também a causa final que cria a ordem do universo. O filósofo compara o universo a um exército "que consiste de sua ordem e de seu comandante, mas especialmente deste último, pois ele não é o resultado da ordem, mas a ordem depende dele". (Note a sutileza do raciocínio.)PanteísmoO segundo modo da primeira relação não exclui o anterior, mas parte da proposição de que a natureza do mundo é um prolongamento da vida de Deus. Platão, por exemplo, chamava o mundo de "Deus gerado [por ele mesmo]". Essa concepção se concretiza no panteísmo (o prefixo grego pan significa "cada um, todos, totalidade") que cria um laço entre Deus e o universo: ambos se identificam, são concebidos como uma única realidade integrada.O panteísmo adquiriu forma com os estóicos, mas amadureceu entre os neoplatônicos, com destaque para Plotino (205-270). Este filósofo considera o mundo como uma emanação de Deus, assim como ocorre com uma luz em relação a sua fonte. Para Plotino, Deus não só é superior ao mundo, mas também inexprimível em termos do mundo.Ele só é apreensível ao êxtase místico. Por isso, ele não pode ser objeto de uma ciência positiva que determine sua natureza. Muito pelo contrário, só uma teologia negativa ajuda a compreendê-lo - a partir do que ele não é.Concepções panteístas se manifestam não só em filósofos da Antiguidade, mas também da Idade Média, como Escoto Erígena (819-877) e Nicolau de Cusa (1401-1464); da Idade Moderna, como Espinosa (1632-1677) e Hegel (1770-1831), e de filósofos do século 20, como Alfred Whitehead (1861-1947) e Henri Bergson (1859-1941).CristianismoFinalmente, há filósofos que consideram Deus como o "criador" do mundo, o Ser do qual provêm os outros seres. Esta visão advém do cristianismo e coloca a fé como coadjuvante da razão. Com Cristo, Deus se revelou ao homem e é a partir dessa crença (não racional) que a razão entra em cena para solucionar os problemas postos pela realidade.Essa linha filosófica acentua a eternidade e a imutabilidade de Deus diante da temporalidade e da mutabilidade do mundo. Antes da criação não existia o tempo. Portanto, nem faz sentido falar em antes ou perguntar-se o que Deus fazia então, diz Santo Agostinho (354-430), em suas "Confissões" (o físico inglês contemporâneo Stephen Hawking, autor de "Uma Breve História do Tempo", de certa forma concorda com isso, pois considera que o tempo passou a existir após o Big Bang).Contemporaneamente, desenvolveu-se a impressão de que a filosofia está ligada ao ateísmo ou, no mínimo, que ela se opõe aos dogmas cristãos. Essa impressão, porém, não tem fundamento histórico: filósofos como Kant e Hegel, por exemplo, estavam longe de ser ateus, da mesma maneira que Kierkegaard (1813-1855) foi cristão e filosofou a partir das crenças cristãs. Já Bergson, de origem judaica, aproximou-se do catolicismo ao final de sua vida.Ordem moralQuanto à segunda relação - Deus com a ordem moral -, também se podem distinguir três pontos de vista básicos. 1) Deus é a garantia da ordem moral no pensamento do iluminista alemão Immanuel Kant (1724-1804), filósofo que é um divisor de águas na história dessa disciplina. Para Kant, em termos metafísicos ou teóricos, no âmbito da razão pura, aquela que orienta uma ciência como a matemática, por exemplo, é impossível demonstrar a existência ou a inexistência de Deus."Deus é um postulado da razão prática [aquela que orienta a ação], pois torna possível a união da virtude e da felicidade, em que consiste o sumo bem que é o objeto da lei moral". Em termos mais simples: só de uma vontade perfeita, a divina, se pode esperar o bem supremo que a lei moral nos obriga a ter como objetivo de nossos esforços.2) Muito antes de Kant, porém, os estóicos já identificavam Deus com a própria ordem moral, considerando Deus como Providência e Destino, uma entidade de ordem racional que compreende em si mesma, os eventos do mundo e as ações do homem. Essa visão também pode ser encontrada em Hegel que considera a história do mundo o plano da Providência.3) O último ponto de vista, essencialmente cristão, coloca Deus como criador da ordem moral e, nesse sentido, atribui ao homem o livre arbítrio de segui-la ou não. Nesses termos, filosofia e teologia se confundem, mas as duas conseguem uma expressão perfeita, em termos éticos, nas palavras de São Paulo: "tudo é permitido, mas nem tudo me convém".Politeísmo e monoteísmoA terceira linha de raciocínio examina a relação de Deus consigo mesmo ou a de Deus com a Divindade. Dela decorrem as concepções politeístas e monoteístas. O politeísmo concebe Deus como diferente da divindade, assim como um homem é diferente da humanidade. Portanto, podem existir muitos deuses.As doutrinas que admitem qualquer distinção entre Deus e a divindade têm em mente que esta pode ser compartilhada por muitos entes. O próprio Aristóteles, o da "causa primeira", acreditava que a demonstração da existência de um primeiro motor servia também para a existência de tantos motores quanto são os movimentos das esferas celestes, que eram 47 ou 55, respectivamente ao ponto de vista de dois astrônomos em quem o filósofo acreditava.Além disso, é interessante notar que Plotino - aquele que falava acerca de um Deus que se emana no mundo - não identificava unidade com unicidade. A unidade também contém a multiplicidade para o sábio neoplatônico. Premissa maior: Deus é uno. Premissa menor: Todas as coisas dele emanam. Conclusão: Deus não é único. Um silogismo perfeito.Também não se pode deixar de destacar o fato de o politeísmo não se restringir ao paganismo da Antiguidade. O panteísmo de filósofos modernos ou contemporâneos não deixa de ser um politeísmo. O empírico escocês David Hume (1711-1776) atribuiu valor positivo ao politeísmo, que é um verdadeiro obstáculo à intolerância religiosa. Se há muitos deuses na minha religião, seria uma contradição eu me opor aos deuses de outras crenças religiosas. (Repare na atualidade dessa idéia, num mundo como o nosso em que o fanatismo se transforma em terríveis espetáculos terroristas.)O doutor angélicoPor outro lado, quando se identificam Deus e divindade, sendo esta uma característica que só se pode atribuir ao próprio Deus, eis o monoteísmo, advogado pelo filósofo cristão Tomás de Aquino (1227-1274), na "Suma Teológica", uma obra célebre. Segundo São Tomás, também chamado de "doutor angélico", aquilo que torna algo singular, único, não é comunicável a outras coisas.Mais ainda, aquilo que torna Sócrates homem não se confunde com aquilo que torna Sócrates somente o homem que ele, e mais ninguém, é. Do contrário, não poderia haver mais de um Sócrates ou mais de um homem. Ora, esse é precisamente o caso de Deus. Além disso, como a divindade é incomunicável, ela não pode ser compartilhada por mais de um Deus. Conclusão: há um só Deus. (Sua trindade é um mistério impenetrável.)Essas considerações sobre o monoteísmo e o politeísmo devem levá-lo a filosofar um pouco: politeísmo não é a manifestação de mentalidades primitivas, em termos culturais, como se costuma pensar. Ele se apresenta mais como uma alternativa filosófica legítima, que talvez ajude a inovar o conceito de Deus.O acesso a DeusFinalmente, na quarta relação - do acesso do homem a Deus - também se distinguem três pontos de vista: a) o conhecimento de Deus é alcançado pela iniciativa do homem, através da filosofia, da especulação racional sobre Deus; b) o conhecimento só se dá através da revelação divina; c) a revelação é a conclusão do esforço do homem para chegar a Deus. Sem dúvida, o primeiro ponto de vista é o mais filosófico, enquanto os outros são mais religiosos. Mesmo assim, o princípio de que a revelação não anula nem inutiliza a razão está na base de toda a filosofia escolástica da Idade Média. No Renascimento, a revelação inspira e sustenta a racionalidade. Fé e razão colaboram entre si, não são uma antítese.No séculos 16, 17 e 18, foi feita progressivamente uma distinção entre a idéia de revelação histórica e revelação natural, que ocorre através da razão. No Romantismo, a revelação é uma manifestação de Deus na realidade natural e histórica, como pensaram Hegel e Schelling (1775-1854). O filósofo e político italiano Vincenzo Gioberti (1801-1852) considera como base do conhecimento a intuição, que, segundo ele, é a revelação imediata de Deus ao homem.A cifra da transcendênciaContemporaneamente, o ateísmo ganhou força, mais no âmbito científico do que filosófico. Grande parte das reflexões filosóficas atuais, quando não cristãs, têm caráter panteísta. Apesar de se tratar de um conceito datado do século 18, há quem fale mais recentemente num panenteísmo, uma conciliação entre o monoteísmo e o panteísmo, que admite que tudo o que existe, existe em Deus, consistindo em revelação e realização de Deus.Para terminar, é bom lembrar de linhas de pensamento que põem ênfase na transcendência de deus. Para Karl Jaspers (1883-1969) a inatingibilidade de Deus, o fracasso inevitável do homem em sua tentativa de alcançar a transcendência é a única revelação possível. Esta é o que ele chama de a "cifra" da transcendência, o símbolo sob o qual o transcendente pode estar presente na existência humana, sem adquirir caracteres objetivos, e, simultaneamente, sem fazer parte da nossa vida subjetiva.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

O que é a Internet

Aula 11 : Para ser um bom internauta, nada melhor do que saber com clareza o que é, como surgiu e qual é o futuro previsto da Internet. Nesta aula, vamos ver o que é a Internet.
No dia 24 de outubro de 1995, o Federal Networking Council norte-americano aprovou por unanimidade uma resolução definindo o termo Internet. Esta definição foi desenvolvida em consulta com membros da Internet e comunidades de direitos da propriedade intelectual e diz o seguinte:
Internet se refere ao sistema de informação global que -- (i) é logicamente ligado por um endereço único global baseado no Internet Protocol (IP) ou suas subsequentes extensões; (ii) é capaz de suportar comunicações usando o Transmission Control Protocol/Internet Protocol (TCP/IP) ou suas subsequentes extensões e/ou outros protocolos compatíveis ao IP; e (iii) provê, usa ou torna acessível, tanto publicamente como privadamente, serviços de mais alto nível produzidos na infra-estrutura descrita.
Hoje vivemos numa realidade de fragmentos de conhecimento. Os indivíduos controlam as ações de partes e não mais do todo. Foco em conhecimento pressupõe a preocupação com a eficiência financeira, melhor performance, o objetivo de se tornar líder de mercado, o fazer mais com menos, e o ajuste a contingências quaisquer. Conhecimento não é igual a informação. O conhecimento, e o valor construído diariamente quando o focalizamos, é igual à análise e à ação em cima da informação.
A Internet, como rede mundial de computadores interconectados, é um privilégio da vida moderna para o homem moderno. É o maior repositório de informações acessíveis a qualquer pessoa que a acesse de qualquer parte do mundo. E o que torna a Internet tão diferente das outras invenções humanas é o insignificante período de tempo em que ela precisou para ser usada por milhões de pessoas. A eletricidade (1873), por exemplo, atingiu 50 milhões de usuários depois de 46 anos de existência. O telefone (1876) levou 35 anos para atingir esta mesma marca. O automóvel (1886), 55 anos. O rádio (1906), 22 anos. A televisão (1926), 26 anos. O forno de microondas (1953), 30 anos. O microcomputador (1975), 16 anos. O celular (1983), 13 anos. A Internet (1995), por sua vez, levou apenas 4 anos para atingir 50 milhões de usuários no mundo.
Vamos ver o porque para isso. E como tudo começou e evoluiu até chegar onde chegamos hoje. Vamos ler sobre a História da Internet na Aula 12!
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sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Ex: de como fazer uma crônica

Os filhos do futuro
Como serão os seres humanos do século 21 ? Nas maternidades globalizadas de hoje, não há ultra-som ou pesquisa que nos ofereça resposta exata. Apesar disso, podemos concluir que os filhos do futuro terão traços de desencanto e pragmatismo. Recusarão, sem dúvida, o leite das ideologias, serão amamentados pelas mães, nunca pelos Estados. Exigirão comida saudável - de preferência, natural. Ainda assim, não serão capazes de resistir a uma Coca-Cola ou a um Big Mac.Os habitantes do século 21 terão um discurso mais próximo da televisão do que do livro. Substituirão algumas formas de raciocínio e alguns sistemas de associação de idéias. Receberão da tecnologia presentes irrecusáveis. Não serão saudosistas nem preconceituosos, porque já não pensarão como as gerações atuais. Isso não será bom, nem mau. Será inevitável.
Os filhos do amanhã abandonarão de vez o maniqueísmo da finada Guerra Fria, a divisão do mundo entre anjos e demônios. Saberão que as ditaduras têm sua própria história e sua própria geografia. Não serão pessoas inocentes, porque a miséria e a informação instantânea terão acabado com a inocência. Mas talvez não percam a sensibilidade e a vontade de reagir diante da banalização da violência e da morte.
Na relação entre as nações, os habitantes do século que se inicia compreenderão que a destruição do meio ambiente não é fruto da riqueza, nem é resultado da pobreza. Ela nasce essencialmente da ignorância e da desinformação. Os filhos do futuro saberão, portanto, que o único caminho para a sobrevivência será substituir a retórica da confrontação pela busca da parceria, da cooperação e do entendimento entre os povos.

Origam e desenvolvimento da crônica

A palavra crônica deriva do Latim chronica, que significava, no início da era cristã, o relato de acontecimentos em ordem cronológica (a narração de histórias segundo a ordem em que se sucedem no tempo). Era, portanto, um breve registro de eventos. No século XIX, com o desenvolvimento da imprensa, a crônica passou a fazer parte dos jornais. Ela apareceu pela primeira vez em 1799, no Journal de Débats, publicado em Paris. Esses textos comentavam, de forma crítica, acontecimentos que haviam ocorrido durante a semana. Tinham, portanto, um sentido histórico e serviam, assim como outros textos do jornal, para informar o leitor. Nesse período as crônicas eram publicados no rodapé dos jornais, os "folhetins". Essa prática foi trazida para o Brasil na segunda metade do século XIX e era muito parecida com os textos publicados nos jornais franceses. Alencar foi um dos escritores brasileiros a produzir esse tipo de texto nesse período . Com o passar do tempo, a crônica brasileira foi, gradualmente, distanciando-se daquela crônica com sentido documentário originada na França. Ela passou a ter um caráter mais literário, fazendo uso de linguagem mais leve e envolvendo poesia, lirismo e fantasia. Diversos escritores brasileiros de renome escreveram crônicas: Machado de Assis, João do Rio, Rubem Braga, Rachel de Queiroz, Fernando Sabino, Carlos Drummond de Andrade, Henrique Pongetti, Paulo Mendes Campos, Alcântara Machado, etc.Ainda hoje há diversos escritores que desenvolvem esse gênero, publicando textos em jornais, revistas e sites.

Características da crônica

A crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser publicado no jornal. Este, como se sabe, é um veículo de informação diário e, portanto, veicula textos efêmeros. Um texto publicado no jornal de ontem dificilmente receberá atenção por parte dos leitores hoje.
O mesmo tende a acontecer com a crônica. O fato de ser publicada no jornal já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas outras nas próximas edições.
Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter, o cronista se alimenta dos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica.
Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como ficção, fantasia e criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo não contém.
Com base nisso, pode-se dizer que a crônica situa-se entre o Jornalismo e a Literatura, e o cronista pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia-a-dia.
A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista.
Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam.
Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.

Desvendando a crônica

Adiante, você verá algumas dicas para escrever sua própria crônica. Mas, caso você ainda não esteja muito confiante, aqui vai uma atividade que pode ajudá-lo a observar melhor esse gênero literário.
"Escândalos derrubam financista japonês"
Essa manchete foi publicada no jornal Folha de S. Paulo no dia 23 de julho de 1991. Com base nela, Ricardo Semler escreveu a crônica abaixo.
Crônica publicada no jornal Folha de S. Paulo, em 28 de julho de 1991.
É de puxar os olhos
E o camarão se mexeu. O danado estava vivo! Posso parecer um pouco caipira, já tinha comido peixe cru em restaurante japonês, mas cru e vivo, nunca! Foi só pegar no bicho com os tais pauzinhos e vuupt, o camarão deu um salto de samurai de volta para o prato. E assim progredia a visita ao Japão...Descer no aeroporto de Narita leva à reflexão sobre o que incentiva milhares de nisseis a abandonarem o Brasil à procura de uma oportunidade no Japão. Logicamente, ganhar dinheiro verdadeiro é uma razão. Em vez de trocarem o seu esforço por uma moeda-piada do tipo cruzeiro, cruzado ou cruz-credo, o conforto de botar alguns iens no banco e saber que ainda estará lá quando for verificar o extrato. Até aí tudo bem. Mas fico pensando se o desespero é parte vital da decisão e se os nossos nisseis sabem no que estão se metendo.Esta semana foi interessante aqui. A primeira-ministra da França, Edith "menina-veneno" Cresson, disse que os japoneses não sabem viver, que mais parecem umas formigas. O pessoalzinho daqui ficou uma vara. Passados alguns dias, bomba em cima de bomba com casos magistrais de corrupção nos mais altos níveis (ao leitor distraído reafirmo que estou em Tóquio e não em Brasília). Começou com o Marubeni, acusado de desvios de propinas para políticos. Aí, foi a vez da Nomura, a maior corretora de bolsa de valores do mundo, que andou desviando dinheiro e dando propina para políticos. E, para finalizar a novela da semana, a Itoman vê os seus executivos saírem algemados por envolvimento em - pasmem! - desvio de fundos e propinas para políticos. E foram três casos totalmente independentes um do outro...Rumar para o Japão à procura do pote de ouro do fim do arco-íris é uma ingenuidade. O Japão é moderno, mas as suas tradições milenares desafiam qualquer análise ou compreensão superficial. É a meca da inovação, mas é também o país que mais copiou produtos na história industrial. Tem ares de liberdade de mercado, mas é uma das nações mais protecionistas e paternais do globo. É líder em tecnologia em diversas áreas, mas só deixa japoneses legítimos assumirem qualquer cargo de importância nas empresas. Fã do capitalismo livre, é mestre inigualável de intervenção estatal e poupança forçada. É nação orgulhosa de sua raça, mas os seus ídolos de comerciais não têm nem mesmo os olhos puxados, a exemplo de um comercial muito popular por aqui com o nosso "acerera A-i-roton"! Aos nisseis que pensam em vir para cá, cabe a mesma reflexão que vale para Nova Jersey ou Lisboa. Todas as nações têm muito a ensinar, mas também muito a aprender. Nivelar as expectativas com os pés no chão fará com que nossos imigrantes voltem algum dia ao Brasil para ajudar a desatolar o nosso país com o que vivenciaram fora. É bom colocar tudo no prato para evitar, como no caso do meu camarão rebelde, que se acabe comendo cru...
Texto extraído do livroEmbrulhando o Peixe - Crônicas de um Empresário do Sanatório Brasil. Ricardo Semler. Editora Best Seller. 2ª ed. São Paulo. 1992. p. 58 - 59.

Como fazer uma crônica

Agora é a sua vez!
Ao ler crônicas, você conhece a visão de mundo daquela pessoa que escreveu o texto. Tão interessante quanto isso é você mesmo tentar encontrar a sua forma de ver e questionar o mundo ao seu redor. Como? Escrevendo sua própria crônica. Além de observar mais atentamente as pessoas e situações que fazem parte do seu dia-a-dia, você estará exercitado sua redação ao tentar construir textos claros e, ao mesmo tempo, criativos.As etapas abaixo podem servir como um guia caso você esteja começando a se aventurar pelo mundo da crônica. Com o tempo, você desenvolverá seu próprio processo criativo e o texto surgirá de forma natural, sem que seja necessário seguir etapas definidas.
Etapas para escrever sua crônica:
1. Escolha algum acontecimento atual que lhe chame a atenção. Você pode procurá-lo em meios como jornais, revistas e noticiários. Outra boa forma de encontrar um tema é andar, abrir a janela, conversar com as pessoas, ou seja, entrar em contato com a infinidade de coisas que acontecem ao seu redor. Tudo pode ser assunto para uma crônica.É importante que o tema escolhido desperte o seu interesse, cause em você alguma sensação interessante: entusiasmo, horror, desânimo, indignação, felicidade... Isso pode ajudá-lo a escrever uma crônica com maior facilidade.
2. Muito bem. Agora que você já selecionou um acontecimento interessante, tente formular algumas opiniões sobre esse fato. Você pode fazer uma lista com essas idéias antes de começar a crônica propriamente dita. Frases como as que seguem abaixo podem ser um bom começo para você fazer a sua lista:
"Quando penso nesse fato, a primeira idéia que me vem à mente...""Na minha opinião esse fato é..." "Se eu estivesse nessa situação, eu...""Ao saber desse fato eu me senti...""Sobre esse fato, as pessoas estão dizendo que...""A solução para isso...""Esse fato está relacionado com a minha realidade, pois..."
Como você deve ter notado, é muito importante que o seu ponto de vista, a sua forma de ver aquele fato fique evidente. Esse é um dos elementos que caracterizam a crônica: uma visão pessoal de um evento.
3. Agora que você já formou opiniões sobre o acontecimento escolhido, é hora de escrever sua crônica. Seu ponto de partida pode ser o próprio fato, mas esse também pode ser mencionado ao longo do texto, como ocorre na crônica exemplificativa de Ricardo Semler.
Escreva! Pratique! E procure usar a criatividade para criar seu próprio estilo, pois é isso que faz de um escritor um bom cronista.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Regras para tornar seu filho um delenquente

Regras para tornar seu filho um delinqüente
1- Comece na infância a dar ao filho tudo o que ele quer. Deste modo ele crescerá crendo que o mundo deve tudo a ele.
2- Quando ele falar palavrões ou contar piadas sujas, dê risada.
Isto vai fazê-lo sentir-se engraçadinho. E futuramente ele fará coisas que irão decepcionar e embaraçar você.
3- Nunca dê instrução espiritual até ele chegar aos 18 anos. Depois então deixe que ele decida por conta própria.
4- Evite o uso da palavra “errado”. É capaz de desenvolver um complexo de culpa. Isso o condicionará a crer, quando adolescente, e quando for pego pela policia por ter roubado um carro, que está sendo perseguido e que a sociedade está contra ele.
5- Em casa faça tudo por ele: arrume seu quarto, guarde os sapatos e roupas jogadas; porque assim fazendo, ele terá a tendência de jogar todas as responsabilidades em cima dos outros.
6- Deixe-o ler qualquer literatura que possa adquirir. Mas, tome cuidado ao máximo, para que os talheres que ele usa estejam sempre limpos enquanto a sua mente se alimenta de lixo.
7- Briguem frequentemente entre si na presença do seu filho. Desta maneira o filho não ficará chocado quando o lar for destruído mais tarde.
8- Dê ao seu filho todo o dinheiro que ele deseja. Nunca o encoraje a conseguir seu próprio sustento. Por que ele tem de passar pelas coisas difíceis da vida como você passou?
9- Satisfaça todos os desejos de conforto, comida e bebida. Providencie meios para que ele se agrade dos seus desejos sensuais. Negação destas coisas pode trazer frustração prejudicial.
10- Defenda sempre teu filho, mesmo que esteja errado, na frente do vizinho, do professor, da polícia...
11- Não cumpra sua promessa em discipliná-lo por desobediência, porque assim ele pensa que não existe conseqüência para seu pecado ou desobediência.
12- Prepare-se para uma vida de dor, é bem possível tê-la.

domingo, 2 de setembro de 2007

sites para baixar livros

http://www.consciencia.org/
http://www.ateus.net/
http://www.cultivox.com.br/
http://www.dominiopublico.gov.br/
http://www.vestibular1.com.br/
http://www.ebooks.com.br/

O Positivismo de Comte e Durkheim e a Crítica Marxista

Método

7. O Positivismo de Comte e Durkheim e a Crítica Marxista
Contudo, Comte e Durkheim são pensadores positivistas. Ambos acreditam que a sociedade possa ser analisada da mesma forma que os fenômenos da natureza. A sociologia tem, assim, como tarefa, o esclarecimento de acontecimentos sociais constantes e recorrentes. O papel fundamental da sociologia seria o de explicar a sociedade para manter a ordem vigente.
Na clara síntese de Michel Löwy, o tipo ideal de positivismo pode ser dito em três idéias principais:
· a primeira é a hipótese fundamental do positivismo: "a sociedade humana é regulada por leis naturais", leis invariáveis, independentes da vontade e da ação humana, como a lei da gravidade ou do movimento da terra em torno do sol, de modo que na sociedade reina "uma harmonia semelhante à da natureza, uma espécie de harmonia natural".
· dessa primeira hipótese decorre, para o positivismo, a conclusão epistemológica de que "a metodologia das ciências sociais tem que ser idêntica à metodologia das ciências naturais, posto que o funcionamento da sociedade é regido por leis do mesmo tipo das da natureza".
· a terceira idéia básica do positivismo, talvez a de maior conseqüência, reza que "da mesma maneira que as ciências da natureza são ciências objetivas, neutras, livres de juízos de valor, de ideologias políticas, sociais ou outras , as ciências sociais devem funcionar exatamente segundo esse modelo de objetividade científica". Ou seja: o positivismo "afirma a necessidade e a possibilidade de uma ciência social completamente desligada de qualquer vínculo com as classes sociais, com as posições políticas , os valores morais, as ideologias, as utopias, as visões de mundo", pois este conjunto de opções são prejuízos, preconceitos ou prenoções que prejudicam a objetividade das Ciências Sociais"[21].
Entretanto, o marxismo dá um passo a mais: o conhecimento da realidade social é um instrumento político que pode orientar os grupos sociais na luta pela transformação da sociedade. É no terreno da prática que se deve demonstrar a verdade da teoria.
Na segunda de suas onze teses contra Feuerbach, de 1845, diz Karl Marx (1818-1883): "A questão de saber se ao pensamento humano pertence a verdade objetiva não é uma questão da teoria, mas uma questão prática. É na práxis que o ser humano tem de comprovar a verdade, isto é, a realidade e o poder, o caráter terreno do seu pensamento". Para concluir na última tese: "Os filósofos têm apenas interpretado o mundo de diferentes maneiras; a questão, porém, é transformá-lo"[22].
Vista por este ângulo, a função da sociologia não é o restabelecimento da ordem social ou a determinação das normas do bom funcionamento da sociedade, como dizem os positivistas. Ela deve, antes de tudo, contribuir para a mudança social. É aí que reside sua função crítica, na medida em que apóia os movimentos de transformação da ordem existente.
Com isto, já conseguimos definir o discurso sociológico em relação à história como aquele que não se limita a descrevê-la como uma sucessão de fatos e acontecimentos, mas como um conjunto de situações, de normas, de usos, de instituições.
Mais ainda, nas palavras do exegeta alemão Gerd Theissen, as questões sociológicas “ganham significação central também onde se busca clarear as grandes transformações da história, suas revoluções e crises, declínios e renascimentos, em ligação com as tensões estruturais”[23].
Assim foi que, de 1830 às primeiras décadas de nosso século, se consolidaram os principais métodos e conceitos sociológicos[24].
Por outro lado, a existência de interesses opostos e conflitantes na sociedade se manifesta igualmente no pensamento sociológico. Há diferentes tradições sociológicas e modos diversos de entender o papel da religião na sociedade. Os especialistas costumam dizer, certamente com alguma simplificação, que as diversas sociologias podem ser reconduzidas a três tendências básicas: funcionalista, compreensiva e marxista.
8. A Sociologia Funcionalista
A sociologia funcionalista é hoje uma das mais difundidas nas sociedades capitalistas, em primeiro lugar nos Estados Unidos. O pensamento de Émile Durkheim foi retomado e desenvolvido especialmente por dois sociólogos americanos, Robert K. Merton e Talcott Parsons, sem dúvida os maiores responsáveis pelo desenvolvimento do funcionalismo moderno.
Na opinião de Peter Berger, “Robert K. Merton, da Universidade de Colúmbia, representa, juntamente com Talcott Parsons, de Harvard, o mais destacado teórico da sociologia americana contemporânea. A análise de Merton sobre as funções ‘manifesta’ e ‘latente’, bem como outras exposições importantes do que ele considera ser a abordagem funcionalista da sociedade, será encontrada em seu livro Social Theory and Social Structure, Chicago, Free Press, 1957”[25]. Funções manifestas são as funções conscientes e deliberadas dos processos sociais, enquanto que as funções latentes são inconscientes e involuntárias. Um exemplo dado por Berger nos ajuda a entender a distinção: "Missões cristãs em certas partes da África tentaram 'manifestamente' converter os africanos ao cristianismo, mas ajudaram 'latentemente' a destruir as culturas tribais, proporcionando condições para rápida transformação social"[26].
O funcionalismo, ao analisar qualquer elemento de um sistema social, procura saber de que maneira este elemento se relaciona com os outros elementos do mesmo sistema social e com o sistema social como um todo, para daí tirar as conseqüências que interferem no sistema, provocando sua disfunção, ou, por outro lado, contribuem para a sua manutenção, sendo, portanto, funcionais.
Estes conceitos foram desenvolvidos a partir do pensamento de Durkheim, que, como vimos, se esforçou para mostrar a existência própria e independente dos fatos sociais em relação aos indivíduos particulares. Durkheim chamou de consciência coletiva as formas padronizadas de conduta e de pensamento que se observa no interior de um grupo social: "Sem dúvida, é evidente que nada existe na vida social que não esteja nas consciências individuais; mas, quase tudo que se encontra nestas últimas vem da sociedade. A maior parte de nossos estados de consciência não seriam produzidos pelos indivíduos isolados, mas seriam produzidos pelos indivíduos agrupados de outra maneira. Eles derivam, portanto, não da natureza psicológica do homem em geral, mas da maneira segundo a qual os homens, uma vez associados, interagem mutuamente, dependendo de serem mais ou menos numerosos, de estarem mais ou menos próximos. Sendo produtos da vida em grupo, somente a natureza do grupo pode explicá-los"[27].
Citando ainda uma vez Peter Berger: "Segundo a perspectiva durkheimiana, viver em sociedade significa existir sob a dominação da lógica da sociedade. Com muita freqüência, as pessoas agem segundo essa lógica sem o perceber. Portanto, para descobrir essa dinâmica interna da sociedade, o sociólogo terá muitas vezes de desprezar as respostas que os próprios atores sociais dariam a suas perguntas e procurar as explicações de que eles próprios não se dão conta. Esta atitude essencialmente durkheimiana foi levada à abordagem teórica hoje chamada de funcionalismo. Na análise funcional, a sociedade é analisada em termos de seus próprios mecanismos como sistema, e que muitas vezes se apresentam obscuros ou opacos àqueles que atuam dentro do sistema"[28].
Segundo o pensamento de Durkheim, a função da sociologia “seria a de detectar e buscar soluções para os ‘problemas sociais’, restaurando a ‘normalidade social’ e se convertendo dessa forma numa técnica de controle social e de manutenção do poder vigente”, explica C. B. MARTINS[29].
Com efeito, no início do segundo capítulo de seu livro As regras do método sociológico, E. Durkheim define seu princípio metodológico fundamental: "A primeira regra e a mais fundamental é a de considerar os fatos sociais como coisas". Para acrescentar mais adiante, neste mesmo capítulo: "De fato, Comte proclamou que os fenômenos sociais são fatos naturais, submetidos a leis naturais. Reconheceu, assim, o seu caráter de coisas, visto que na natureza só há coisas"[30].
Michel Löwy observa que esta abordagem de Durkheim é perfeitamente homóloga à desenvolvida pela economia política burguesa e explica: "É aqui que provavelmente se encontram as raízes do naturalismo positivista enquanto discurso ideológico típico da nova ordem industrial (burguesa)". E, citando Durkheim, no texto La science et l'action, Paris, PUF, 1970, pp. 80-81, Michel Löwy acrescenta que "o próprio Durkheim apresenta a economia política como precursora da démarche positivista nas ciências sociais: 'Os economistas foram os primeiros a proclamar que as leis sociais são tão necessárias como as leis físicas. Segundo eles, é tão impossível a concorrência não nivelar pouco a pouco os preços... como os corpos não caírem de forma vertical.... Estenda este princípio a todos os fatos sociais e a sociologia estará fundada' "[31].
Ainda citando Durkheim, M. Löwy mostra que "desde os seus primeiros escritos em 1867, o pensamento de Durkheim exprime com precisão, clareza, coerência e rigor exemplares esta nova função social: 'É ainda ao professor de filosofia que cabe despertar nos espíritos que lhe são confiados a idéia do que é uma lei; de lhes fazer compreender que os fenômenos físicos e sociais são fatos como os outros, submetidos a leis que a vontade humana não pode interromper à sua vontade, e que, por conseqüência, as revoluções no sentido próprio do termo são coisas tão impossíveis como os milagres' "[32].
Finalmente, diz Löwy: "Entre as leis naturais da sociedade que seria vão, utópico, ilusório - em uma palavra: anticientífico - querer 'interromper' ou transformar, Durkheim situa com destaque a desigualdade social"[33]. Os argumentos estão na obra Da divisão do trabalho social, de 1893: as sociedades "são constituídas, não por uma repetição de segmentos semelhantes e homogêneos, mas por um sistema de órgãos diferentes, onde cada um tem um papel particular, sendo eles mesmos formados de partes diferenciadas". Isto é absolutamente normal, pois se encontra em qualquer organismo, como, por exemplo, "nos animais, [onde] a predominância do sistema nervoso sobre os outros sistemas se reduz ao direito, se se pode falar assim, de receber um alimento mais seleto e de receber sua parte antes dos outros"[34]. E ainda: "Pois, se nada entrava ou nada favorece injustamente os concorrentes que disputam entre as tarefas, é inevitável que apenas os que são os mais aptos a cada gênero de atividade a alcancem"[35].
O próprio Durkheim não faz segredo do conservadorismo do seu método positivista: "O nosso método não tem, portanto, nada de revolucionário. É até, num certo sentido, essencialmente conservador, uma vez que considera os fatos sociais como coisas cuja natureza, por mais elástica e maleável que seja, não é, no entanto, modificável à nossa vontade"[36].
Lendo esta afirmação, Michel Löwy chega, finalmente, ao âmago do problema quando diz que é inútil ficar discutindo, como o fazem alguns sociólogos hoje, quais são os elementos formais e doutrinários do conservadorismo de Durkheim: o seu problema está "na sua própria concepção do método. É seu método positivista que permite legitimar constantemente, através de argumentos científico-naturais, a ordem (burguesa) estabelecida". Isto lhe possibilita passar "sem hesitação das leis da seleção natural às 'leis naturais' da sociedade, e dos organismos vivos aos 'organismos sociais'". O apoio para este enfoque? "A homogeneidade epistemológica dos diferentes domínios e, por conseqüência, das ciências que os tomam como objeto"[37].
Raymond Aron, escrevendo em 1966, olha com desgosto para a sociologia funcionalista americana, herdeira deste pensamento, e classifica-a como essencialmente analítica e empírica. Multiplicando questionários para saber como vivem os homens em sociedade, transformando-se, deste modo, em mera sociografia, caricatura de uma autêntica ciência social, ela deixa de ser crítica, no sentido marxista do termo, não questionando a ordem social nos seus traços fundamentais e admitindo implicitamente a visão de mundo da sociedade norte-americana[38].
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[21]. LÖWY, M., Ideologias e Ciência Social. Elementos para uma análise marxista, São Paulo, Cortez, 1985, pp. 35-36; cf. Idem, As aventuras de Karl Marx contra o Barão de Münchhausen. Marxismo e Positivismo na Sociologia do Conhecimento, São Paulo, Busca Vida, 1987, pp. 17-18.
[22]. MARX, K., Teses sobre Feuerbach, em MARX, K. & ENGELS, F., Obras escolhidas, Tomo I, Lisboa, Avante, 1982, pp. 1-3.
[23]. THEISSEN, G., Sociologia da cristandade primitiva. Estudos, São Leopoldo, Sinodal, 1987, p. 9.
[24]. Cf. ARON, R., As etapas do pensamento sociológico, onde este autor diz que "tendo partido em busca da sociologia moderna, cheguei, de fato, a uma galeria de retratos individuais (p. 11). Raymond Aron divide estes 7 "retratos" em dois grupos: os fundadores, que são, no seu entender, Montesquieu, Comte, Marx e Tocqueville e a geração da passagem do século, constituída por Durkheim, Pareto e Weber. [25]. BERGER, P., Perspectivas sociológicas. Uma visão humanista, Petrópolis, Vozes, 19899, p. 197. Merton nasceu em 1910.
[26]. Idem, ibidem, p. 51. Allan G. Johnson, em Dicionário de Sociologia. Guia Prático da Linguagem Sociológica, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1997, verbete Merton, Robert, K., observa que "sua dissertação de doutorado sobre o desenvolvimento da ciência no século XVII é em geral creditada por ter provocado uma grande mudança nos métodos sociológicos de estudar a ciência, que influencia desde então o trabalho nesse campo". Sua tese tem por título Science, Technology and Society in Seventeenth-Century England, e data de 1938.
[27]. DURKHEIM, E., De la division de travail social, Paris, PUF, 1960, p. 342 ou em http://gallica.bnf.fr/Fonds_Frantext/T0088267.htm, p. 342.
[28]. BERGER, P., Perspectivas sociológicas. Uma visão humanista, pp. 50-51.
[29]. MARTINS, C. B., O que é sociologia, p. 50.
[30]. DURKHEIM, E., As regras do método sociológico, pp. 94 e 96.
[31]. LÖWY, M., As aventuras de Karl Marx contra o Barão de Münchhausen, p. 26.
[32]. Idem, ibidem, p. 27. Löwy cita o texto de DURKHEIM, E., La philosophie dans les Universités Allemandes, 1866-67, em Textes 3, Fonctions sociales et institutions, Paris, Ed. de Minuit 1975, p. 485. Esta é também a perspectiva funcionalista de Peter Berger, em Perspectivas sociológicas. Uma visão humanista, p. 58, quando diz que "a percepção sociológica é refratária a ideologias revolucionárias, não porque traga consigo alguma espécie de preconceito conservador, e sim porque ela enxerga não só através das ilusões do status quo atual como também através das expectativas ilusórias concernentes a possíveis futuros, sendo tais expectativas o costumeiro alimento espiritual dos revolucionários. Em nossa opinião, essa sobriedade não-revolucionária e moderadora da sociologia é altamente valiosa".
[33]. LÖWY, M., As aventuras de Karl Marx contra o Barão de Münchhausen, p. 27.
[34]. DURKHEIM, E., De la division de travail social, pp. 157-158.
[35]. Idem, ibidem, pp. 369-370.
[36]. DURKHEIM, E., As regras do método sociológico, em o. c., p. 74.
[37]. LÖWY, M., As aventuras de Karl Marx contra o Barão de Münchhausen, p. 29. O sublinhado no texto é de Michel Löwy.
[38]. Cf. ARON, R., As etapas do pensamento sociológico, pp. 4-5. E na p. 6 ele diz: "Os norte-americanos são reformistas quando se trata de sua própria sociedade e, implicitamente pelo menos, com relação a todas as sociedades".

Sociólogo Florestan Fernandes

PRESENÇA DE FLORESTAN FERNANDES

Florestam um sociólogo comprometido com seu tempo

Boaventura de Souza Santos

SENHOR REITOR, senhor ministro da Cultura, senhor representante do governo do estado de São Paulo, colegas da mesa e do auditório, senhoras e senhores. Se já me sentia pequeno aqui nesta mesa, ao lado de colegas que conheceram e privaram de perto com o professor Florestan, que se beneficiaram da sua liderança intelectual, do seu companheirismo e cumplicidade política, mais pequeno me sinto agora, eu que venho de outro país, depois desta magnifica e fascinante narrativa do professor Antonio Candido.
O facto pelo qual aqui estou deve-se a uma razão menor que, afinal, talvez não seja tão pequena, nomeadamente em termos de lógica das instituições. A minha única legitimidade para estar aqui, é apenas o facto de eu ter tido a honra de ser o padrinho do professor Florestan Fernandes na atribuição do grau de Doutor Honoris Causa pela minha universidade, em 1990.
Numa universidade com 700 anos, o professor Florestan Fernandes foi o primeiro Doutor Honoris Causa em sociologia. Sinto muita honra por estar associado a essa iniciativa de grande simbolismo, na qual está implícita a tentativa de aproximar em novos termos as comunidades científicas do Brasil e de Portugal. Sem esquecer o que de bom e mau houve no nosso passado comum, temos de levar em conta, neste momento, o futuro que está à nossa disposição.
Talvez por isso, apetecia-me agora lembrar um dos ditos conhecidos de Saint Simon. Como sabem, Saint Simon fez varios projectos utópicos de sociedade. Achava que a sociedade do futuro deveria se organizar segundo dois tipos de festas – as festas da lembrança c as festas da esperança. As da lembrança cram festas que a sociedade necessitava para criar os seus ancestros, as suas autoridades, as suas tradições, os seus costumes, e dar-lhes um sentido de raízes. As da esperança, ao contrário, eram testas que a sociedade deveria organizar para as novas gerações, para lhes abrir novos campos, novos horizontes, novas opções e permitir que seguissem sozinhos a marca do seu tempo.
Gostaria de ver esta cerimônia, não como uma festa da lembrança, mas como uma lesta da esperança. E acho que, neste caso, para mim, que tive um contacto tardio, mas importante, com o trabalho de Florestan, vale a pena salientar que a marca de excelência de um sociólogo reside em ele saber ser sociólogo dás suas circunstâncias: saber assumir o seu tempo, assumi-lo criticamente naquilo que ele tem de emergente e de futurante. Penso que Florestan Fernandes fez isso com audácia, com qualidade, com eloqüência e com brilho inexcedíveis.
É esta assunção das circunstâncias, o saber lê-las e saber tirar delas o futuro, que penso ser o grande legado deixado por Florestan. Legado que não reside tanto nas suas teorias e metodologias, mas no modo como, através dele, aprendemos a ler criticamente – descomprometida mas comprometidamente, isto é, com independência e com objectividade mas sem neutralidade – o nosso tempo, as circunstâncias que nos rodeiam e tão diferentes são daquelas que Florestan viveu. Portanto, essa capacidade de voar que penso que Florestan nos deu é que gostaria muito de salientar aqui.
Se o analisarmos nessa perspectiva, concluiremos naturalmente que em termos metodológicos, nem tudo em Florestan é actual. Se quisermos hoje ser florestanianos, temos de ir contra alguns dos textos de Florestan, sem dúvida muito importantes no momento e no contexto em que foram escritos. E porque foram eles importantes? Penso – e agora, depois de ouvir o professor Antônio Cândido, fiquei perfeitamente seguro dessa minha convicção – ele quis realmente fundar um discurso novo sobre a sociedade brasileira. Uma nova racionalidade, um novo pensamento, um novo critério científico, que de alguma maneira não fosse o daqueles, a que Carlos Guilherme Mota chamou, recordando um texto do próprio Florestan, "intérpretes falando da varanda". Esta nova racionalidade e este novo rigor são muito importantes como instrumentos de luta contra o pensamento mítico desenvolvido pelas elites sobre as nossas sociedades. Florestan empreendeu esta luta com muito rigor e com muita força.
Para o fazer, Florestan assumiu um critério, uma postura científica e epistemológica, que talvez pudesse hoje se considerar positivista, ainda que não empiricista, isto porque ele mostrou, e o fez muito cedo e de forma notável nos seus textos epistemológicos e teóricos, que há um comando da teoria, mas que essa teoria tem de ser representativa do real, tem de ter o rigor de um modelo científico universal. Florestan acreditava na possibilidade de um modelo científico universal. Acreditamos nós hoje nele? Provavelmente não acreditamos, ou não acreditamos da mesma forma. Vivemos numa outra época, num outro tempo, talvez sejamos mais indisciplinados porque nos confrontamos com outras circunstâncias temporais e históricas nos nossos países e no próprio desenvolvimento científico. Tudo isto, talvez nos obrigue a assumir outra postura epistemológica que, no entanto, tem como fundamento o mesmo apelo que moveu Florestan, ou seja, o de responder às circunstâncias do seu tempo.
Acho que isso é fundamental, sobretudo se ao analisarmos os seus textos tivermos em conta uma dimensão de que se fala muito na sociologia actual: a reflexividade. A teoria sociológica hoje é reflexiva, a modernidade é reflexiva, a pós-modernidade é reflexiva. Florestan é, desde os seus primeiros livros, um autor reflexivo. Pelo menos foi assim que eu o li, e admito que os colegas brasileiros o tenham lido de modo distinto. Essa reflexividade vai aumentando nos seus escritos, à medida que vai perdendo o gosto ou ficando desencantado com a possibilidade de, como sociólogo, utilizar a engenharia social para transformar a realidade. Gabriel Cohn, num importante texto sobre Florestan, salientou tal facto quando referiu que o seu problema foi o de querer constituir cientificamente uma sociedade, um conhecimento sobre a sociedade, quando o poder parece tão refractário às idéias científicas. Portanto, essa é a missão que ele cumpre, olhando muito o seu contexto – como também a professora Maria Arminda Arruda, noutro texto importante salientou: "contexto social em que emerge e do qual procura desenvolver um conhecimento novo".
A nossa responsabilidade é responder à nossa circunstância, tal como Florestan respondeu à sua. Com pluralismo, talvez com um pouco mais de tolerância discursiva e com mais interdisciplinaridade, que de alguma maneira ele praticou desde cedo, mas sobre a qual não quis reflectir muito. Hoje encontramo-nos perante um processo de transdisciplinaridade, talvez porque a sociedade na qual nos localizamos nos apele a isso mesmo. Mas é curioso ver que, de alguma maneira, os fantasmas com os quais ele teve de lutar, os seus inimigos, são ainda hoje os nossos fantasmas e inimigos. Em texto de um curso de férias de 1950, Florestan diz aos estudantes que a sociologia tem de se constituir contra dois vieses: de um lado a cosmologia popular, do outro lado o socialismo. É estranho que ele coloque assim a questão. Segundo ele, o socialismo só muito brevemente teve uma constituição científica. À medida que se transformou em doutrina perdeu essa constituição e Florestan vê a sua tarefa como a de refundar essa cientificidade, com um grau de exigência que não vê qualquer conflito entre, como dizia o professor Antonio Candido, a sociologia convencional, as técnicas de rigor científico e, por outro lado, essa nova abertura a uma militância, digamos assim política, que ele quis também instaurar.
Penso que nós hoje vivemos muito essa circunstância. Ou seja, não podemos ser cientistas sociais sem a exigência de cidadania, e essa foi cada vez maior em Florestan. De alguma maneira podemos dizer que ele talvez não tenha conseguido compatibilizar exactamente a exigência científica com a política. Ou seja, a política bateu-lhe à porta com demasiada violência para as luvas brancas da ciência e ele teve que responder a soco, teve que responder com muita frontalidade e rigor. Frontalidade e rigor que eram as únicas armas com as quais ele podia lutar contra quem usava golpes baixos para destruir o conhecimento e a tradição democrática que entretanto aqui se ia instituindo.
Penso portanto que, tal como Florestan o fez, é possível se ser, numa sociedade de classes e subdesenvolvida, rigoroso sem ser descomprometido; que é possível o entusiasmo e a cidadania, mantendo, no entanto, a lucidez dos instrumentos e quiçá também os limites desses instrumentos. Diz Florestan que "o cientista escrupulosamente 'neutro' pode ser tão revolucionário quanto o cientista abertamente 'comprometido'. Contudo, o primeiro não desenvolve a sensibilidade para os problemas de investigação que se impõem em termos de atualidade ou de necessidade histórica. O segundo, ao contrário, está continuamente imerso no fluxo dos acontecimentos que possuem significado fundamental para a colectividade – tanto na superação do passado, quanto na construção do presente e do futuro".
É exactamente este sociólogo, comprometido com o seu tempo, com o entusiasmo das lutas sociais e com o sofrimento que elas produzem também nas populações, que Florestan, sem perder o sentido dos seus instrumentos, das suas teorias, do conhecimento e dos seus limites, dá uma lição que, para as gerações futuras, é absolutamente impescindível. Naturalmente que ele viveu um tempo diferente do nosso; se ele hoje fundasse uma faculdade, não tenho dúvidas de que o faria de maneira diferente do que fez na sua época. Mas porque? Porque ele trabalha de acordo com a sua metodologia e constitui os seus objectos de pesquisa no momento em que há uma grande coerência entre o modelo organizacional e a metodologia e a tecnologia do conhecimento que estão instauradas. Nesse momento, a sociologia e as ciências sociais têm uma metodologia que de alguma maneira é coerente com a sua organização institucional. Ambas apelam à disciplinaridade, ambas aspiram à contenção de equilíbrios institucional, metodológico e estrutural. Contudo, hoje vivemos em instituições falidas, instituições como as universidades nas quais nós não cabemos, pois o nosso conhecimento extravasa delas, muito mais indisciplinado do que as disciplinas que o procuram conter. Temos de refundar a universidade e o saber e eu penso que só o conseguiremos se soubermos ser sociólogos das nossas circunstâncias tão bem quanto Florestan Fernandes o soube ser das suas.


Boaventura de Souza Santos é diretor do Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Portugal. Transcrição da intervenção oral, revista pelo autor, feita no Ato Presença de Florestan Fernandes, organizado pelo Instituto de Estudos Avançados na Sala do Conselho Universitário da USP em 5 de outubro de 1995. .

Filosofia e sociologia no ensino médio em 2008

Escolas incluirão filosofia e sociologia no currículo a partir de 2008 21 de agosto de 2007.
BRASÍLIA - O prazo para que as secretarias estaduais de Educação de todo o país estipulem medidas de implantação das disciplinas filosofia e sociologia no currículo do ensino médio terminou hoje (21). O plano deve ser aplicado a parir de 2008.Segundo representantes do Ministério da Educação (MEC), cada escola terá autonomia para ensinar as disciplinas de acordo com a realidade dos alunos. O ministério distribuirá livros didáticos. Como o ensino médio é de responsabilidade dos Estados, caberá aos conselhos de Educação estaduais a fiscalização da implantação das novas disciplinas.A resolução que instituiu as novas disciplinas foi publicada em 21 de agosto de 2006.TM

Fonte: Agência Brasil - TM
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Código de ética do Sociólogo

Códigos de ÉTICA
CÓDIGO DE ÉTICA DO SOCIÓLOGO
Título I
Disposições gerais
Art. 1 - O Sociólogo na sua atuação profissional está obrigado à observância do presente Código, bem como a fazê-lo cumprir.
Art. 2 - Compete aos Sociólogos, Sindicatos, Associações Profissionais e à Federação Nacional zelar pelo seu cumprimento e sua divulgação.
Título II.
Dos Princípios Éticos e Fundamentais
Art. 3 - O compromisso fundamental do Sociólogo é o de interpretar a realidade dos fatos e das relações sociais através da aplicação de métodos científicos e técnicas sociológicas, buscando contribuir, a partir desses estudos, sua aplicação e divulgação para melhorar a qualidade de vida socio-ambiental da humanidade.
Art. 4 - O compromisso com a produção de informações com base científica a respeito da realidade social e sua divulgação pública precisa e correta é um direito inerente à condição atual de vida em sociedade, é um direito do cidadão que não pode ser impedido por nenhum tipo de interesse, é uma obrigação social que o Sociólogo deve assumir e defender.
Art. 5 - O Sociólogo tem o compromisso de lutar pelo exercício da soberania popular e auto-determinação dos povos em seus aspectos políticos econômicos e sociais.
Art. 6 - O Sociólogo tem o compromisso de opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos do Homem.
Título III
Dos Direitos e Deveres do Sociólogo
Capítulo I - Dos Direitos
Art. 7 - São direitos dos Sociólogos
a) Garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas estabelecidas na Lei de Reconhecimento da Profissão e neste Código;
b) Livre exercício das atividades inerentes à profissão;
c) Participar das entidades representativas e sindicais da categoria;
d) Propiciar ou realizar a investigação da realidade social a partir de critérios científicos e metodologia adequada que garantam a credibilidade e defesa pública quanto ao resultado do trabalho:
e) Propiciar a divulgação de informações resultantes de seus trabalhos e estudos que sejam de interesse público e possam contribuir para a melhoria da qualidade de vida;
f) Garantir que a divulgação pública dos resultados de pesquisas e de outros trabalhos se dê de forma precisa sem omissão ou alteração de dados que prejudiquem os resultados bem como respeitar normas de citação de fontes, autores e colaboradores:
g) Garantir a devolução das informações colhidas nos estudos e pesquisas aos sujeitos sociais envolvidos:
h) Recusar empregos, tarefas ou atribuições que comprometam a dignidade do exercício da profissão bem como recusar substituir colegas exonerados ou demitidos por defender os princípios e normas deste Código:
i) Receber remuneração por seu trabalho profissional garantindo o piso salarial da categoria, os valores delimitados nos contratos coletivos de trabalho e dissídios coletivos, a equivalência com outros profissionais de nível superior nos planos de cargos e salários dos órgãos públicos ou, no caso de atividade autônoma, os valores mínimos definidos por entidades representativas da categoria:
j) Denunciar aos órgãos competentes sempre que leigos estiverem no exercício ilegal da profissão ou lidem com resultados de pesquisa ou investigações sociológicas sem os critérios devidos:
l) Receber desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional:
m) Apoiar as iniciativas e os movimentos de defesa dos interesses da categoria:
n) Denunciar a agressão e abuso de autoridades às organizações da categoria aos órgãos competentes.
o) Ter acesso às oportunidades de aprimoramento profissional.

Capítulo II
Dos Deveres

Art. 8 - São deveres do Sociólogo:
a) Desempenhar suas atividades profissionais observando a legislação em vigor:
b) Conhecer, cumprir, divulgar e fazer cumprir este Código:
c) Valorizar e dignificar a profissão bem como defender seu livre exercício:
d) Prestigiar as entidades representativas da categoria na defesa de seus direitos: as entidades científicas no aprimoramento das Ciências Sociais e as entidades democráticas na defesa da liberdade de expressão e da justiça social:
e) Combater e denunciar formas de corrupção e manipulação de informações, em especial quando comprometam o direito público da veracidade dos fatos, as ações políticas dos cidadãos e a justiça, e o favorecimento pessoal ou de grupos;
f) Combater a prática da perseguição ou discriminação por motivos sociais, políticos, religiosos, raciais ou juízo subjetivo, bem como defender o respeito ao direito à privacidade do cidadão;
g) Recusar e denunciar o desenvolvimento de pesquisas ou divulgação de seus resultados, quando houver manipulação nos critérios da metodologia científica e das normas internacionais, quando visar interesse ou favorecimento pessoal ou de grupos, com vantagens políticas ou econômicas, ou quando forem contrários aos valores humanos.
h) Ao atuar junto às instituições, responsabilizar-se por suas ações no sentido de contribuir para o desenvolvimento de seus objetivos, de acordo com os princípios e normas deste Código;
i) Responder pelas informações resultantes de estudos e pesquisas bem como pelas intervenções, assessorias e orientações desenvolvidas, desde que o trabalho em questão não tenha sido alterado por terceiros;
j) Não ser conivente com erros, faltas éticas ou morais, crimes ou contravenção de serviços profissionais;
l) Na realização de estudos e pesquisas, respeitar a dignidade de pessoas e grupos envolvidos nos trabalhos aos quais devem ser informados sobre os riscos e resultados previsíveis da sua informação e participação;
m) Procurar viabilizar a devolução das informações colhidas nos estudos e pesquisas aos sujeitos sociais envolvidos;
n) Denunciar às autoridades e órgãos competentes as coações e agressões físicas e morais sofridas no exercício da profissão;
o) Aprimorar de forma contínua os seus conhecimentos, colocando-os a serviço do fortalecimento da organização e consciência da sociedade.
p) Pagar regularmente suas obrigações com as entidades profissional às quais for associado.
Capítulo III
Do sigilo profissional
Art. 9 - O Sociólogo deve observar o sigilo profissional sobre todas as informações confiadas e/ou colhidas no exercício profissional.
Parágrafo 1 - A quebra do sigilo só é admissível quando se tratar de situação cuja gravidade possa trazer prejuízo aos direitos humanos.
Parágrafo 2 - A revelação será feita dentro do estritamente necessário, quer em relação ao assunto revelado, quer ao grau e número de pessoas que dele devem tomar conhecimento.
Art. 10 - É vedado ao Sociólogo revelar sigilo profissional.
bsp; Parágrafo único - Intimado a prestar depoimento, deverá o Sociólogo comparecer perante a autoridade competente para declarar que está obrigado a guardar sigilo profissional, nos termos do Código Civil e deste Código.
Título IV
Das Relações Profissionais
Capítulo I
Das relações profissionais com as instituições
Art. 11 - São direitos dos Sociólogos:
a) Ter condições adequadas de trabalho, respeito a autonomia profissional e dos princípios éticos estabelecidos neste Código;
b) Denunciar falhas nos regulamentos, normas e programas de instituições em que trabalha quando os mesmos ferirem os princípios e direitos contidos neste Código;
c) Recorrer às entidades representativas da categoria, ao nível estadual e nacional, contra decisões ou omissões da instituição diante de denúncias referidas no inciso anterior.
Art. 12 - É vedado ao Sociólogo:
a) Adotar determinação que fira os princípios e diretrizes contidas neste Código, ao prestar serviço incompatível com as diretrizes da regulamentação profissional;
b) Emprestar seu nome a firmas, organizações ou empresas que utilizem métodos e técnicas das ciências sociais sem seu efetivo exercício profissional;
Capítulo II
Das relações profissionais entre Sociólogos
Art. 13 - Cabe aos Sociólogos manter entre si a solidariedade que consolida e fortalece a organização da categoria
Art. 14 - O Sociólogo, quando solicitado, deverá colaborar com seus colegas, salvo impossibilidade real, decorrente de motivos relevantes.
Art. 15 - A crítica pública ao trabalho profissional de outro Sociólogo deverá ser sempre comprovável, de inteira responsabilidade de seu autor e fundamentada nos preceitos deste Código.
Art. 16 - É vedado ao Sociólogo:
a) Ser conivente com falhas éticas e com erros praticados por outro profissional;
b) Prejudicar deliberadamente a reputação de outro profissional divulgando informações falsas;
c) Prevalecer-se de posição hierárquica para publicar em seu nome trabalho de subordinado, mesmo que executado sob sua orientação, sem citar as fontes e os colaboradores;
d) Deturpar dados quantitativos e qualitativos;
e) Apropriar-se da produção científica de outro profissional.
Art. 17 - Ao Sociólogo deve ser asseguada a mais ampla liberdade na realização de seus estudos e pesquisas.
Capítulo III
Das relações com as entidades da
categoria e demais organizações da Sociedade Civil
Art. 18 - O Sociólogo deve defender a profissão através de suas entidades representativas, participando das organizações que tenham por finalidade a defesa dos direitos profissionais no que se refere a melhoria das condições de trabalho, à fiscalização do exercício profissional e ao aprimoramento científico.
Art. 19 - O Sociólogo deverá apoiar as iniciativas e os movimentos de defesa dos interesses da categoria e divulgar no seu espaço institucional as informações das suas organizações, no sentido de ampliar e fortalecer o seu movimento.
Art. 20 - É vedado ao Sociólogo valer-se de posição ocupada na direção de entidade da categoria para obter vantagens pessoais, diretamente ou através de terceiros.
Art. 21 - O Sociólogo, ao ocupar uma chefia, não deve usar a sua autoridade funcional para obstaculizar a liberação total ou parcial da carga horária do profissional que a solicite, com base legal, às instâncias superiores.
Título V
Da aplicação e cumprimento do Código de Ética
Art. 22 - A Federação Nacional dos Sociólogos, os Sindicatos e Associações Profissionais manterão Comissão de Ética para assessorá-la na aplicação e observância deste Código.
Art. 23 - A Comissão de Ética será eleita por voto secreto, de forma separada da Diretoria da entidade, tendo mandato de igual duração.
Art. 24 - Fica a critério das entidades definir sua composição de acordo com seus Estatutos aprovados em Assembléia Geral da categoria.
Art. 25 - O descumprimento do presente Código de Ética fica sujeito a penalidades desde a advertência à eliminação dos quadros da entidade, na forma dos dispositivos legais e/ou regimentais.
Art. 26 - Constituem infrações disciplinares:
a) Transgredir preceito do Código de Ética;
b) Exercer a profissão quando impedido, ou facilitar o seu exercício por quem não esteja devidamente habilitado;
c) Aos que violarem sigilo profissional;
d) Aos que tenham conduta incompatível com o exercício profissional;
Art. 27 - São medidas disciplinares aplicáveis;
a) Advertência em aviso reservado;
b) Advertência pública;
c) Eliminação dos quadros da entidade.
Art. 28 - A pena de advertência, reservada ou pública, será aplicada nos casos previstos nas alíneas “a”, “b”, “c” e “d” do Art. 27.
Art. 29 - A pena de eliminação dos quadros da entidade será aplicada:
a) Nos casos em que couber a pena de advertência e o infrator for reincidente;
b) Aos que fizerem falsa prova dos requisitos exigidos para registro profissional;
Art. 30 - Serão considerados na aplicação das penas os antecedentes profissionais do infrator e as circunstâncias em que ocorreu a infração.
Art. 31 - Qualquer Sociólogo, cidadão ou instituição poderá dirigir representação escrita e identificada aos Sindicatos, Associações Profissionais ou à Federação Nacional para que seja apurada a existência de transgressão cometida por Sociólogo.
Art. 32 - Cabe à Comissão de Ética, criada pela entidade referida no artigo anterior, analisar as infrações a este Código que cheguem ao seu conhecimento.
Parágrafo 1 - Decidindo a Comissão pela apuração dos fatos, será notificado o indiciado, garantindo-lhe acesso aos documentos e fatos componentes da acusação e a apresentação de defesa em vinte dias úteis.
Parágrafo 2 - Após o encerramento da apuração dos fatos e apresentada a defesa, a Comissão decidirá dentro de 10 dias, dando conhecimento da decisão ao Sociólogo.
Parágrafo 3 - A decisão entrará em vigor após a certificação do seu recebimento pelo profissional objeto da apuração.
Art. 33 - A não observância pelo Sociólogo à convocação ou prazos definidos no artigo precedente, implica na aceitação dos termos da representação.
Art. 34 - A partir da data da notificação da decisão da Comissão de Ética, o Sociólogo poderá recorrer a Assembléia Geral da categoria convocada para este fim, desde que sejam respeitados os Estatutos dos Sindicatos, Associações Profissionais e da Federação para a referida convocação.
Art. 35 - Compete à Federação Nacional dos Sociólogos estabelecer procedimentos quanto aos casos omissos neste Código.
Art. 36 - O presente Código somente poderá ser alterado em Congresso Nacional da categoria, cuja proposta de modificação deverá ser encaminhada às entidades para discussão com o prazo mínimo de 90 dias.
Art. 37 - Este Código entra em vigor na data da sua votação e aprovação no X Congresso Nacional de Sociólogos do Brasil.