domingo, 18 de novembro de 2007

Santo Agostinho

Vida
Agostinho cresceu no norte da África colonizado por Roma, educado em Cartago. Foi professor de retórica em Milão em 383. Seguiu o Maniqueísmo nos seus dias de estudante e se converteu ao cristianismo pela pregação de Ambrósio de Milão. Foi batizado na Páscoa de 387 e retornou ao norte da África, estabelecendo em Tagaste uma fundação monástica junto com alguns amigos. Em 391 foi ordenado sacerdote em Hipona. Tornou-se um pregador famoso (há mais de 350 sermões dele preservados, e crê-se que são autênticos) e notado pelo seu combate à heresia do Maniqueísmo. Defendeu também o uso de força contra os Donatistas, perguntando "Por que (...) a Igreja não deveria usar de força para compelir seus filhos perdidos a retornar, se os filhos perdidos compelem outros à sua própria destruição?" (A Correção dos Donatistas, 22-24)
Em 396 foi nomeado bispo assistente de Hipona (com o direito de sucessão em caso de morte do bispo corrente), e permaneceu como bispo de Hipona até sua morte em 430. Deixou seu mosteiro, mas manteve vida monástica em sua residência episcopal. Deixou a Regula para seu mosteiro que o levou a ser designado o "santo Patrono do Clero Regular", que é uma paróquia de clérigos que vivem sob uma regra monástica.
Agostinho morreu em 430, durante o cerco de Hipona pelos Vândalos. Diz-se que ele encorajou seus cidadãos a resistirem aos ataques, principalmente porque os Vândalos haviam aderido ao arianismo, que Agostinho considerava uma heresia.

[editar] Agostinho e os Judeus
Agostinho escreveu no Livro 18, Capítulo 46, da Cidade de Deus, "Os Judeus que O assassinaram, e não criam ele, porque coube a Ele morrer e viver novamente, foram ainda mais miseravelmente assolados pelos romanos, e completamente expulsos de seu reino, onde estrangeiros já tinham dominado sobre eles, e foram dispersos pelas terras (tanto que não há lugar onde eles não estejam), e são assim, por suas próprias Escrituras, um testemunho para nós de que não forjamos as profecias a respeito de Cristo." 1. Escreveu também uma das principais obras que apóia a crença na Trindade.
Agostinho considerou a dispersão importante porque ele acreditava que isto era um cumprimento de certas profecias, provando assim que Jesus era o Messias. Isto se deve ao fato de Agostinho crer que os judeus que foram dispersados eram inimigos da Igreja Cristã. Ele também cita parte da mesma profecia que diz "Não os mates, para que meu povo não se esqueça; espalha-os pelo teu poder". Algumas pessoas usaram as palavras de Agostinho para atacar os judeus, enquanto outros as usaram para atacar cristãos. Veja cristianismo e anti-semitismo.

[editar] Influência como teólogo e pensador

Santo Agostinho de Hipona
Na história do pensamento ocidental, sendo muito influenciado pelo platonismo e neoplatonismo, particularmente por Plotino, Agostinho foi importante para o batismo do pensamento grego e sua entrada na tradição cristã, e posteriormente na tradição intelectual européia. Também importantes foram seus adiantados escritos influenciadores sobre a vontade humana, um tópico central na ética, e que se tornaram um foco para filósofos posteriores, como Schopenhauer e Nietzsche, mas ainda encontrando eco na obra de Camus e Hannah Arendt (ambos os filósofos escreveram teses sobre Agostinho).
É largamente devido à influência de Agostinho que o cristianismo ocidental concorda com a doutrina do pecado original, e a Igreja Católica sustenta que batismo e ordenações feitos fora dela podem ser válidos (a Igreja Católica Romana reconhece ordenações feitas na Igreja Ortodoxa Oriental e Ocidental, mas não nas igrejas protestantes, e reconhece batismos de quase todas as igrejas cristãs). Os teólogos católicos geralmente concordam com a crença de Agostinho de que Deus existe fora do tempo e no "presente eterno"; o tempo só existe dentro do universo criado.
O pensamento de Agostinho foi também basilar em orientar a visão do homem medieval sobre a relação entre a fé cristã e o estudo da natureza. Ele reconhecia a importância do conhecimento, mas entendia que a fé em Cristo vinha a restaurar a condição decaída da razão humana, sendo portanto mais importante. Agostinho afirmava que a interpretação das escrituras deveria ser feita de acordo com os conhecimentos disponíveis, em cada época, sobre o mundo natural. Escritos como sua interpretação do livro bíblico do gênesis como o que chamaríamos hoje de um "texto alegórico", vão influenciar fortemente a Igreja medieval, que terá uma visão mais interpretativa e menos literal dos textos sagrados.
Tomás de Aquino tomou muito de Agostinho para criar sua própria síntese do pensamento grego e cristão. Dois teólogos posteriores que admitiram influência especial de Agostinho foram João Calvino e Cornelius Jansen. O Calvinismo se desenvolveu como parte da teologia da Reforma, enquanto que o Jansenismo foi um movimento dentro da Igreja Católica; alguns jansenistas entraram em divisão e formaram sua própria igreja.
Agostinho foi canonizado por reconhecimento popular e reconhecido como um doutor da Igreja. Seu dia é 28 de agosto, o dia no qual ele supostamente morreu. Ele é considerado o santo padroeiro dos cervejeiros, impressores, teólogos, e de um grande número de cidades e dioceses.

[editar] Escritos
Da Doutrina Cristã, 397-426
Confissões, 397-398
A Cidade de Deus, iniciado c. de 413, terminado 426.
Da Trindade, 400-416
Enquirídio
Retratações
De Magistro
Conhecendo a si mesmo

[editar] Cartas
Da Catequese dos não instruídos
Da Fé e do Credo
Fé concernente às coisas que não se vêem
Do benefício da crença
Do Credo: Um sermão para catecúmenos
Da continência
Da bondade do casamento
Da Santa Virgindade
Da bondade da viuvez
Da mentira
Para Consêncio: Contra a mentira
Do trabalho dos monges
Da paciência
Do cuidado de ser tido pelos mortos
Da Moral da Igreja Católica
Da Moral dos Maniqueístas
Das duas almas, contra os Maniqueístas
Atos ou disputa contra Fortunato, o Maniqueísta
Contra a Epístola de Maniqueu chamada Fundamental
Resposta a Fausto o Maniqueísta
Concernente à Natureza de Deus, contra os Maniqueístas
Do Batismo, contra os Donatistas
Resposta às cartas de Petiliano, bispo de Cirta
A correção dos Donatistas
Méritos e remissão do pecado e batismo de crianças
Do Espírito e da carta
Da Natureza e Graça
Da perfeição e retidão do homem
Dos procedimentos de Pelágio
Da graça de Cristo, e do pecado original
Do casamento e concupiscência
Da alma e sua origem
Contra duas cartas dos Pelagianos
Da graça e livre arbítrio
Da repreensão e graça
A predestinação dos santos/Dom de perseverança
O Sermão do Monte de Nosso Senhor
A harmonia dos Evangelhos
Sermões sobre lições selecionadas do Novo Testamento
Tratados sobre o Evangelho de João
Sermões sobre a Primeira Epístola de João
Solilóquios
As enarrações, ou exposições, dos Salmos
Agostinho foi um autor prolífico em muitos gêneros -- tratados teológicos, sermões, comentários da escritura, e autobiografia. Suas Confissões são geralmente consideradas como a primeira autobiografia; Agostinho descreve sua vida desde sua concepção até sua então (com cerca de cinqüenta anos) relação com Deus, e termina com um longo excurso sobre o livro de Gênesis, no qual ele demonstra como interpretar a escritura. A consciência psicológica e auto-revelação da obra ainda impressionam leitores.
No fim de sua vida (426-428?) Agostinho revisitou seus trabalhos anteriores em ordem cronológica e sugeriu que teria falado de forma diferente numa obra intitulada Retrações, que nos daria uma imagem considerável do desenvolvimento de um escritor e seus pensamentos finais, além de se arrepender de ter utilizado demais de filósofos pagãos. assim disse o louco izair

[editar] Ver também

O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Agostinho de Hipona.
Lista de todos os santos
Predestinação
Livre arbítrio
Augustinologia

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